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Depois de uma dúzia de filmes na Suécia, e uma passagem triunfante pelos Estados Unidos, onde trouxe uma beleza e graciosidade diferentes ao cinema de Hollywood, em 14 filmes da época dourada do cinema norte-americano, Ingrid Bergman teve o seu momento de risco, quando, em 1952, trocou tudo por Roberto Rossellini, para quem filmou cinco vezes, no que constituiu um escândalo que a tornou quase persona non grata nos Estados Unidos.
O regresso ao cinema americano, em 1956, deu-se cautelosamente, quer com co-produções europeias, quer em filmes que, embora sob a alçada de uma major de Hollywood, eram rodados na Europa. Mesmo com alguns sucessos de permeio, a partir da década de 1960, a carreira de Bergman divesificou-se entre filmes americanos, na Europa, e trabalhos para televisão. O seu último filme em Hollywood seria “Chuva na Primavera” (A Walk in the Spring Rain, 1970), de Guy Green. Depois disso Ingrid Bergman surgiria ainda em mais quatro filmes, incluido a mediática produção britânica “Um Crime no Expresso do Oriente” (Murder on the Orient Express, 1974), de Sidney Lumet, o independente “Nina” (A Matter of Time, 1976), de Vincente Minnelli, filmado em Itália, e o seu único encontro com Ingmar Bergman, em “Sonata de Outono” (Höstsonaten, 1978), rodado na Suécia. A sua despedida dar-se-ia em 1982, onde, então com 67 anos, interpretaria Golda Meir, na mini-série televisiva “A Woman Called Golda”, de Alan Gibson.
Ingrid Bergman deixou-nos nesse mesmo ano, devido a complicações de uma operação para debelar problemas cancerígenos. Mas dela recordaremos sempre um dos rostos mais belos da sétima arte, e uma actriz de excelência, das mais premiadas e elogiadas de sempre, ligada a tantos momentos icónicos da história do cinema.
Com a apresentação de 21 filmes que Ingrid Bergman filmou em, ou para, Hollywood, ficou a homenagem de A Janela Encantada, esperando que esta sirva para divulgar e recordar uma obra que merece ser sempre (re)descoberta, pois os anos podem passar, mas “we’ll always have Ingrid”.