
Quando se fala de cinema independente norte-americano, há logo um nome que surge à cabeça: John Cassavetes.
Filho de imigrantes gregos, Cassavetes começou como actor de televisão e cinema, até fundar, com o amigo Burt Lane, uma workshop de interpretação, na qual se pretendia distinguir do conhecido “Método” do Actors Studio de Lee Strasberg. E foi exactamente ao defender publicamente as suas ideias que Cassavetes propôs um projecto que o exemplificasse, o que, sem que o esperasse, se tornou o ponto de partida do seu primeiro filme: “Sombras” (1959).
Conciliando a carreira de actor de Hollywood com a de cineasta independente, Cassavetes foi alternando alguns filmes para majors de Hollywood com aqueles financiados por si próprio, geralmente em colaboração com a esposa Gena Rowlands e alguns actores fiéis como Ben Gazzara, Peter Falk e Seymour Cassel. Estes eram filmes onde se privilegiava uma certa dose de improvisação, e uma ênfase no que Cassavetes chamava “os pequenos sentimentos” dos seus protagonistas, que queria independentes da mão pesada do realizador, livres de lugares-comuns e capazes de nos darem ambiguidades de carácter que os tornassem imunes a interpretações simplistas.
Ainda assim, aquele que é hoje chamado “o pai do cinema independente” conseguiu reconhecimento universal, desde o Festival de Veneza logo em 1959, até aos Oscars, com várias nomeações, sobretudo as três obtidas com “Faces” (1968).
É agora hora de A Janela olhar para a obra deste cineasta. É ele o autor de 2022 no blogue, e por isso, durante o resto do ano passarão por aqui os textos de análise de cada um dos seus filmes.
A lista de filmes