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Introdução
Quer na literatura, na televisão, ou no cinema, a ficção científica foi sempre um género que me fascinou. Fosse pela possibilidade de lançar questões a um nível tanto fantástico como metafísico, pela liberdade criativa que dá aos autores, pela originalidade de argumentos, ou até pela possibilidade de aventura para lá do real, e quase para lá da imaginação.
É certo que muitas destas características fazem parte do próprio DNA do cinema, isto é, a fantasia, a busca, a aventura, o ultrapassar dos limites técnicos. Não admira por isso que a literatura de ficção científica e o cinema tenham caminhado juntos desde os primórdios do cinema, e que cada campo tenha sempre estimulado, e bebido inspiração no outro.
Sendo desinteressante criar um ciclo chamado apenas Ficção Científica, e estando fora do âmbito deste blogue pretender descrever e caracterizar todo o género, faz-se aqui uma simples homenagem a alguns daqueles que são reconhecidamente os mais importantes autores de literatura de ficção científica. Para isso apresentar-se-ão nas páginas deste ciclo um conjunto de filmes baseados nas obras de autores famosos de Mary Shelley e Jules Verne, até Carl Sagan ou Orson Scott Card, passando por Ray Bradbury, Robert A. Heinlein, Philip K. Dick e Arthur C. Clarke, entre outros.
Nota: O critério principal na organização do ciclo foi encontrar os mais representativos filmes inspirados em cada um dos autores, tendo em conta que nem todos os grandes autores de ficção científica originaram filmes igualmente interessantes.
A ficção científica
A ficção científica pode ser sumariamente definida como a ficção que se dedica a descrever cenários cujos avanços científicos e tecnológicos nos mostram um mundo, diferente do que conhecemos, mas que poderá vir a existir.
Estas histórias podem ser passadas tanto num futuro próximo como num futuro longínquo, podem tanto focar subtis alterações psicológicas como completas alterações da vida como a conhecemos. Podem apresentar-nos um futuro possível da nossa espécie ou mundos distantes. Podem basear-se em teorias físicas complexas, ou em histórias plenas de acção interplanetária.
Os exemplos de ficção científica na literatura começam muito antes de o termo ter sido criado, mas foi principalmente no século XIX que o género se começou a definir. O uso da electricidade provocou avanços tecnológicos repentinos como nunca se tinha visto. Ao mesmo tempo a física e astronomia começavam a estimular os intelectuais quanto à possibilidade de exploração espacial, e de descobertas para além do até então imaginável.
“Frankenstein”, da escritora romântica inglesa Mary Shelley, publicado em 1818, é geralmente considerado o primeiro romance moderno de ficção científica. Na transição para o século XX autores como o francês Jules Verne e o inglês H. G. Wells ganharam reputação a nível mundial graças às suas obras no domínio da ficção científica. Autores como Jonathan Swift e Edgar Rice Burroughs estimularam a imaginação de gerações com descrições de mundos maravilhosos.
Com a crescente popularidade do género surgiram as publicações especializadas, como as revistas norte-americanas Amazing Stories e Astounding Science Fiction, que reuniam contos, e onde a maioria dos grandes autores do género no século XX se estrearam. Como seria de esperar o género chegou desde logo ao cinema e à televisão, sendo o presente ciclo uma homenagem aos principais escritores de ficção científica já adaptados à sétima arte.
Mary Shelley (1797 – 1851)
Nascida Mary Wollstonecraft Godwin, Shelley por casamento com o famoso poeta romântico Percy Bysshe Shelley, Mary foi uma famosa romancista e ensaísta inglesa, que viveu no período romântico, filha do filósofo político William Godwin e da feminista e filósofa Mary Wollstonecraft.
Devido à criação do romance que a imortalizou, “Frankenstein, ou o Prometeu Moderno”, Mary Shelley é por muitos considerada a primeira escritora de ficção científica. De facto a história tem todas as componentes que a classificam para o género. Nela, através do uso da ciência, de um modo futurístico, são propostas ideias que questionam o papel da humanidade, como criadora de vida, o seu livre-arbítrio, bem como o que é a personalidade, a alma humana, ou mais simplesmente, a centelha da vida.
Escrito como um conto gótico, a origem deste romance tem sido ela própria motivo de muita discussão. Pretensamente tal terá surgido de uma aposta entre Mary, o marido, e os amigos Lord Byron e John William Polidori, quando todos passavam o Verão de 1816 na casa de Byron na Villa Diodati, Suíça. Em consequência Polidori escreveria a sua obra “O Vampiro” e Byron um poema inacabado. De todos seria o livro de Shelley a destacar-se, e a tornar-se uma das obras fundamentais da literatura gótica do século XIX.
Transcendendo o livro de Mary Shelley, a figura de Frankenstein tornou-se uma das mais emblemáticas da cultura ocidental. Quer como referência, quer como revisitação, Frankenstein continua a surgir na literatura e no cinema, onde tem inspirado reinterpretações, da filosofia ao terror, acção e aventura.
Jules Verne (1828 – 1905)
Jules Gabriel Verne foi um romancista, poeta e dramaturgo francês, que ficou para a história como criador de uma imensa obra de romances fantásticos e de aventuras prodigiosas.
Educado para ser um advogado, como o seu pai, Verne deixou os estudos inacabados, trocando-os pelos meios culturais, que frequentava graças às portas abertas por familiares aristocratas, tornando-se amigo de escritores como Alexandre Dumas, filho. A escrita era a sua paixão, dedicando-se-lhe numa profusão de géneros.
Embora tenha escrito poesia, romances dramáticos, ensaios, peças de teatro, e até libretos de opereta, Verne é sobretudo conhecido pela sua série de viagens maravilhosas. Nestas o autor colocava os seus personagens em mundos fantásticos, muitas vezes partindo de tecnologias ainda não existentes no seu tempo, o que o torna para muitos o pai da ficção científica. A natureza quase profética dos seus contos levam-no a ser elogiado por ter previsto, às vezes com detalhes muito próximos do real, a conquista dos céus, da lua, ou do mundo submarino.
São exemplos dos seus livros mais notáveis, títulos como “Da Terra à Lua”, “20,000 Léguas Submarinas”, “Viagem ao Centro da Terra”, “5 Semanas em Balão”, que, entre outros, o tornaram um dos autores mais traduzidos de sempre.
H. G. Wells (1866 – 1946)
Herbert George Wells foi um escritor inglês, notabilizando-se em campos tão variados como o ensaio histórico e o político, mas cujas obras de ficção científica o tornaram a figura mais importante do género no início do século XX.
Tendo completado a sua formação académica em biologia, Wells manifestou desde cedo interesse pela ciência e pela descoberta científica, bem como por literatura, sendo um ávido leitor dos clássicos. Wells seguiria então a carreira de professor, nunca deixando a escrita, onde ensaio e obras de ficção pareciam ter um denominador comum, a sua obsessão com o que o futuro poderia trazer à humanidade.
Surgiram assim títulos que são, não só marcos na ficção científica (nalguns casos inaugurando temas que seriam recorrentemente revisitados por muitos outros autores), como são obras que, apesar dos saltos científicos que demonstram, mantêm sempre uma constante interrogação sobre o papel e evolução da humanidade. São exemplos: “A Máquina do Tempo”, “A Ilha do Dr. Moreau”, “O Homem Invisível”, “A Guerra dos Mundos”, “The First Men in the Moon” e “O Alimento dos Deuses”.
George Orwell (1903 – 1950)
George Orwell (de verdadeiro nome Eric Arthur Blair) foi um ensaísta e jornalista inglês, cujos romances de tom político o tornaram um dos mais conhecidos pensadores da primeira metade do século XX.
De espírito aventureiro, Orwell passou por um enorme número de profissões, de polícia a agente imobiliário e finalmente professor, passando pela Ásia e chegando a viver em Paris. Mas o seu objectivo foi sempre tornar-se escritor, e o seu principal interesse era a crítica social e política. Orwell dedicou-se ao ensaio e crítica, e aos poucos começou a ganhar espaço em jornais e revistas, tendo escrito crítica literária, social e política, fazendo ainda jornalismo de investigação, sobretudo sobre as condições sociais dos seus concidadãos.
O seu trabalho de jornalismo, e a sua curiosidade sobre as mudanças políticas na Europa dos anos 1930, levaram-no a participar na Guerra Civil Espanhola. Orwell assistiu ao advento dos regimes totalitários europeus, nomeadamente o Nazismo alemão, o Franquismo espanhol, o Fascismo italiano e o Comunismo soviético. Essa experiência fê-lo um paladino da democracia, algo que marcou as suas obras mais conhecidas, a distopia futurística “1984”, e a alegoria política “O Triunfo dos Porcos”.
A importância de Orwell é tal que o termo Orwelliano passou a sinónimo de totalitarismo, tendo contribuído com muitas outros termos hoje correntes, como Guerra Fria, Big Brother, Polícia do Pensamento. Etc. São poucas as obras de distopias futurísticas que não devam algo a George Orwell.
Ray Bradbury (1920 – 2012)
Ray Douglas Bradbury foi um dos mais prolíficos escritores do século XX nos domínios da ficção científica, fantasia e terror. Foi ainda consultor e argumentista de televisão e cinema, formatos para os quais muitas das suas obras foram adaptadas.
Nascido no estado norte-americano de Illinois, Ray Bradbury viria a mover-se, com a família, para Los Angeles, o que muito influenciaria a sua carreira, já que o jovem Ray passou desde logo a familiarizar-se com o mundo do teatro e cinema, que frequentava nos tempos livres.
Fascinado pelos livros de Edgar Allan Poe e Edgar Rice Burroughs, Ray Bradbury começou a escrever, ainda adolescente, desde logo dedicado à aventura, fantasia e terror. Cedo as suas histórias começaram a ser publicadas nas revistas da especialidade. Leitor ávido de poesia, Ray Bradbury ficaria famoso pela atmosfera criada nas suas histórias, que ele não considerava de ficção científica, por chamar a esta a “arte do possível”, ao contrário da “arte do impossível” que cultivava nas suas obras de fantasia.
Ao atingir a idade adulta, Ray Bradbury era actor de teatro, participando em digressões, até se dedicar por completo à escrita. Entre os seus livros mais conhecidos destacam-se “It Came from Outer Space”, “Fahrenheit 451”, “The Illustrated Man”, “Something Wicked This Way Comes”, bem como a série “As Crónicas Marcianas”.
Para além da literatura, destaca-se ainda na carreira de Ray Bradbury a sua ligação à televisão, nomeadamente no programa por si apresentado, “The Ray Bradbury Theater”, onde se apresentavam muitos dos seus contos, além de ser um colaborador de Rod Serling no célebre “The Twilight Zone”. Que como argumentista, quer por ver as suas obras adaptadas, é também forte a presença de Ray Bradbury no cinema.
Isaac Asimov (1920 – 1992)
Nascido Isaak Yudovich Ozimov, Isaac Asimov nasceu na Rússia, numa família judia. Os seus pais emigraram para os Estados Unidos quando Asimov tinha apenas três anos, vindo a tornar-se donos de uma cadeia de lojas de doces. A cidadania americana seria obtida em 1928.
Desde a adolescência, Asimov foi um entusiasta da ficção científica. Tal levou-o a estudar ciências, tendo completado os seus estudos em química, dedicando-se posteriormente à bioquímica, de que viria a ser professor na Universidade de Boston. Para além da sua actividade lectiva, Asimov escreveu ainda diversos livros de divulgação científica e história da ciência.
No campo da ficção, Isaac Asimov tornou-se um prolífico escritor (com cerca de 500 livros editados), com uma imensidão de contos e romances, de diversos géneros, que foi publicando em jornais e revistas desde os seus 19 anos. Asimov ficaria sobretudo famoso pela sua ficção científica, nas séries Foundation, Galactic Empire e Robot. Em particular esta última é considerada pioneira no avanço do estudo da robótica, tendo Asimov contribuído com conceitos como as Três Leis da Robótica, e até um novo léxico, onde se destaca a palavra positrónico.
Para além da sua actividade autor, Asimov notabilizou-se ainda como orador sobre temas sociais e políticos, tendo alinhado com o Partido Democrata, adoptando posições liberais, e anti-direita religiosa, e estado diversas vezes em oposição às actividades militares dos Estados Unidos.
Robert A. Heinlein (1907 – 1988)
Robert Anson Heinlein foi um dos mais importantes escritores de ficção científica dos Estados Unidos no século XX. Educado no Kansas, a influência do chamado Bible Belt (a cintura religiosa dos estados do Sul), permaneceria para sempre no autor e na sua obra. O mesmo peso pode encontrar-se na sua carreira militar (onde estudou engenharia aeronáutica), que forneceria temas para muitas das suas obras.
Nos anos 1930, Heinlein deixou a vida militar, por problemas de saúde, tendo-se mudado para a Califórnia, onde pretendia seguir uma carreira política. Foi aí que começou a escrever. Com contos seus a serem publicados em jornais e revistas. A popularidade chegaria quando o seu livro “Destination Moon”, e por essa altura, o valor da sua escrita levava-o a ser dos únicos autores do género a ser publicado em meios generalistas, como o The Saturday Evening Post.
Com uma escrita que primava pelo rigor científico, e o realismo de cenários, Heinlein preocupava-se sobretudo em desenvolver histórias que trouxessem aos seus personagens desafios do ponto de vista psicológico, que de certo modo tentavam adivinhar a evolução da mentalidade humana, perante os desafios do futuro.
Embora por vezes criticado pelo carácter autoritário e militarista dos cenários por si criados, Heinlein surpreendeu por uma vasta obra, rica de ideias, e com livros fundamentais como “Rocket Ship Galileo”, “Farmer in the Sky”, “Red Planet”, Starship Troopers”, Stranger in a Strange Land”, The Moon Is a Harsh Mistress”, Time Enough for Love”, “The Number of the Beast” e “Friday”.
Philip K. Dick (1928 – 1982)
Philip Kindred Dick nasceu me Chicago, filho de um casal de administrativos governamentais. Dick nasceu prematuramente, com uma irmã gémea a qual morreu seis semanas depois, o que o afectaria e se tornaria visível na sua escrita. Após a separação dos pais, Philip K. Dick foi educado pela mãe em Washington.
Dick começou a publicar contos de ficção científica ainda na sua adolescência. Mudou-se entretanto, com a mãe, para a Califórnia, onde fez os seus estudos universitários, sem nunca se formar, preferindo estudar em aulas díspares de História, Psicologia, Filosofia e Zoologia. Viria a empregar-se numa loja musical.
Os anos 1950 foram férteis em publicações de Philip K. Dick que escrevia para várias publicações, começando a especializar-se em ficção científica. O seu sonho era então ainda triunfar na literatura dita séria, sonho que terminou nos anos 1960, com a rejeição de alguns dos seus romances. Em simultâneo, as suas obras de ficção científica ganhavam cada vez mais notoriedade.
Nos anos 1970 Dick apercebeu-se da sua esquizofrenia, depois de vários episódios que primeiro julgou paranormais. Tal é bastante evidente nas suas obras, em que aborda amiúde realidades alternativas, universos paralelos e alterações de percepção.
No total Dick escreveu 44 romances e mais de 100 contos, pelos quais ganhou numerosos prémios, tendo visto muitas das suas histórias adaptadas ao cinema. É provavelmente o escritor de ficção científica mais adaptado ao cinema, onde muitos realizadores e argumentistas reconhecem a sua influência. Entre os seus livros mais bem sucedidos contam-se: “The Man in the High Castle”, “A Scanner Darkly”, “Faith of Our Fathers”, “VALIS”, “Flow My Tears, the Policeman Said” e “The Transmigration of Timothy Archer”.
Frank Herbert (1920 – 1986)
Franklin Patrick Herbert, Jr. nasceu em Tacoma, Washington, mas fugiria de casa aos 18 anos para viver em Salem, Oregon, onde estudaria, e mais tarde se empregaria em jornalismo. Herbert seria nos anos seguintes jornalista, fotógrafo, crítico literário, consultor ecológico, conferencista e escritor.
Já nos anos 1950, na Califórnia, Herbert começou a interessar-se por psicologia, por filosofia e por filosofias orientais. Seguiram-se as suas primeiras histórias de ficção científica, e a sua pesquisa para começar a escrever a Saga de Dune, que o imortalizaria. Dune, publicado em 1965, é o mais vendido livro de ficção científica de sempre. E a série que se seguiu é considerada um clássico, que coloca Herbert entre os maiores autores do género.
Dune é uma obra complexa, que toca pontos como a religião, a filosofia, a metafísica, com uma série de referências transversais à civilização humana, ao mesmo tempo de que tem uma grandiosidade literária que o levaram a ser comparados a outros marcos como “Stranger on a Strange Land” de Robert A. Heinlein ou “The Lord of the Rings” de J. R. R. Tolkien. Embora tenha escrito algumas dezenas de livros. Herbert nunca conseguiria notoriedade fora da saga de Dune.
Arthur C. Clarke (1917 – 2008)
Sir Arthur Charles Clarke foi um cientista e escritor inglês, principalmente conhecido por ser o co-autor da obra 2001, com o realizador Stanley Kubrick.
Nascido em Inglaterra, Clarke foi desde jovem um entusiasta das viagens espaciais, tendo feito parte de algumas associações de cariz científico vocacionadas para o assunto. De educação modesta, Clarke era um auditor de pensões antes da II Guerra Mundial, altura em que se tornou técnico de radares. A seguir à guerra Clarke cursou em Matemática e Física, tendo-se destacado nos seus trabalhos acerca de satélites geoestacionários.
Ainda nos anos 1950, Arthur C. Clarke dedicou-se a tempo inteiro à escrita (tendo já contos publicados desde os anos 30), década essa em que se mudou definitivamente para o Sri Lanka. O seu estilo pragmático tinha quase sempre em vista a progressão espacial do homem, fazendo de princípios básicos da física e de grandes questões metafísicas os seus protagonistas. Livros como “Childhood’s End”, “Rendezvous with Rama”, “The Songs of Distant Earth”, “The Fountains of Paradise” e a série “2001”, que originou quatro livros, para além de um enorme número de contos.
Considerado um dos melhores escritores de ficção científica, Clarke foi várias vezes galardoado com prémios Hugo e Nebula. Destacou-se ainda nos anos 1980 pelas séries de televisão como Arthur C. Clarke’s Mysterious World, onde abordava e tentava desmistificar fenómenos paranormais, velhos mitos e pretensos encontros extraterrestres.
Michael Crichton (1942 – 2008)
John Michael Crichton foi um médico americano, que se destacou tanto na escrita como na realização de cinema, escrevendo para cinema e televisão, geralmente em domínios relacionados com a ciência, focando principalmente a medicina, biologia e genética.
Nascido em Chicago, Crichton cresceu em Nova Iorque onde começou a escrever desde a sua juventude. Acabou por cursar em Medicina em Harvard, mas foi sempre a escrita que lhe prendeu o interesse, misturando temas médicos com ficção científica, num estilo que ia do suspense à acção. Esse estilo valeu-lhe que muitas das suas obras fossem adaptadas ao cinema, algumas tornando-se enormes sucessos de bilheteira.
Exemplos dos seus livros mais conhecidos são: “The Andromeda Strain”, “Jurassic Park”, “Congo”, “Travels”, “Sphere”, “Rising Sun”, “Disclosure”, “The Lost World”, “Timeline”, “State of Fear” e “Next”, tendo trabalhado com realizadores tão importantes como Steven Spielberg e Robert Wise.
Como realizador de cinema Michael Crichton destacou-se com filmes como “Extreme Close-Up” (1973), “Westworld” (1973), “Coma” (1978), “Runaway” (1984) todos a partir de argumentos seus.
Carl Sagan (1934 – 1996)
Carl Edward Sagan foi um astrofísico norte-americano, popularizado pela série de televisão “Cosmos”, a mais vista série da história da televisão americana.
Nascido em Nova Iorque, Sagan era filho de um imigrante da Ucrânia. Apesar de provir de uma família pobre, de tradição judia, Carl Sagan manteve sempre um espírito inquisitivo, e um sentido de maravilhamento sobre a natureza, que o levou a cursar em Física na Universidade de Chicago. A isso seguiram-se pós-graduações e lugares de docente noutras universidades, até de tornar catedrático em Cornell (Nova Iorque).
Os seus estudos planetários levaram-no a colaborar com a NASA. Sagan trabalhou na descoberta das temperaturas de Vénus, e no desenvolvimento de robótica para missões espaciais, nas mensagens da sonda Voyager, bem como no desenvolvimento dos protocolos que guiariam a busca de vida extra-terrestre.
Com mais de 600 artigos publicados, e cerca de 20 livros escritos, Sagan tornou-se conhecido do grande público como um divulgador. Fazendo uso da televisão, Sagan criou a série “Cosmos”, um marco no campo da divulgação científica, acompanhada do livro homónimo. No campo da ficção, Sagan deixou-nos um só livro, “Contacto”, publicado em 1985, e adaptado ao cinema por Robert Zemeckis em 1997.
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