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Cinema, Cinema japonês, Era dourada do cinema japonês, Fantasmas, Terror
Com nove filmes, realizados entre 1958 e 1975, apresentou-se uma pequena amostra do longo filão que foi o terror clássico japonês do pós-guerra, dedicado aos fantasmas da mitologia e folclore ancestrais daquele país.
Foi um período em que se fazia o revisionamento da posição do Japão no mundo, se lambiam feridas de guerra e se questionava a modernização e abertura ao Ocidente. Tais espectros de dores ainda não resolvidas encontrava eco neste tipo de histórias que eram ao mesmo tempo terríficas e perturbadoras, como eram poéticas e inspiradoras de tempos idos de lenda e crença religiosa.
Com modelos que passavam pela atmosfera gótica, a pintura clássica japonesa, as histórias medievais, o estilizado teatro kabuki e a superstição que vinha do budismo e xintoísmo, o terror japonês tornou-se marcante, mesmo no Ocidente, ganhando uma identidade própria e um carisma único. Tal viria mais tarde a ressurgir, com uma nova vaga de filmes que ainda hoje dão ao terror japonês em particular, e asiático em geral, um lugar de destaque na cinematografia universal, mesmo que hoje se procure mais o susto imediato e uma inquietação mais visceral, que o mundo de poético das ideias que era apanágio dos filmes do período que aqui se descreveu.