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The Legend of the 7 Golden VampiresCom a Hammer a precisar de uma revitalização urgente, Michael Carreras decidiu juntar-se aos Shaw Brothers e rumar a Hong Kong para um filme híbrido de terror e artes marciais, realizado por Roy Ward Baker (o quarto que realizou para a Hammer Horror). Com Peter Cushing novamente como Van Helsing, este é o único filme da série em que Drácula não é interpretado por Christopher Lee. Inteiramente filmado em Hong Kong, o filme tem maioritariamente actores chineses.

Sinopse:
Em 1804, um monge chinês chega à Transilvânia, onde procura o castelo de Drácula. Drácula entra no seu corpo e regressa à China para liderar os Sete Vampiros Dourados. Cem anos depois, na China, o Professor Van Helsing ensina em Chung King sobre lendas de vampiros, falando de uma aldeia assolada por sete vampiros que raptam mulheres para os seus sacrifícios de sangue, onde um homem conseguiu destruir um dos vampiros retirando-lhe o medalhão dourado. Van Helsing é ignorado por todos os ouvintes, menos um, Hsi Ching. No consulado britânico, o filho de Van Helsing, Leyland, faz amizade com a exploradora nórdica, Vanessa Buren, a qual atrai as atenções do senhor local, Leung Hon. Ao regressarem a casa, Leyland e Vanessa são atacados pelos homens de Leung Hon, mas são salvos por dois estranhos. Em casa de Van Helsing, Hsi Ching procura-o dizendo acreditar na história, pois ele é um refugiado dessa aldeia, procurando ajuda para destruir os vampiros. Apresenta como prova o medalhão dourado do vampiro morto. Quando Leyland e Vanessa chegam, Hsi Ching apresenta os salvadores como dois dos seus seis irmãos. Sob o patrocínio de Vanessa Buren, o grupo decide então partir em busca da mítica aldeia. No caminho são de novo atacados por Leung Hon, mas saem vitoriosos, prosseguindo sem mais precalços. Numa noite, enquanto descansam numa caverna já próxima, são atacados pelos vampiros que se materializam inesperadamente na caverma. O grupo sai vitorioso, matando três vampiros e vários dos seus escravos mortos-vivos. Ao chegarem à aldeia, começam a preparar as defesas, e nessa noite são atacados por um exército de mortos-vivos, liderados pelos três vampiros sobreviventes. O ataque é violentíssimo, matando quase todos os irmãos. Vanessa é mordida e Hsi Ching é forçado a destruí-la, morrendo também. O último vampiro rapta Mai Kwei, a irmã de Hsi Ching, e leva-a para o templo, sob perseguição de Leyland. Van Helsing e os dois irmãos sobreviventes, chegam a tempo de destruir o sétimo vampiro salvando Leyland e Mai Kwei. Quando Van Helsing se prepara para deixar o templo, é confrontado por Drácula, na forma de monge chinês. Este volta a mostrar-se como Drácula, e os dois combatem até Van Helsing lhe trespassar o coração como uma lança. Drácula desfaz-se em pó.

Análise:
“The Legend of the 7 Golden Vampires” é a mais estranha combinação da Hammer, juntando dois géneros que até aí nada tinham que se tocasse. Tal se deu à decisão de usar um parceiro de Hong Kong, os Shaw Brothers, para produzir um filme que chegasse a outros mercados, e talvez lançasse um novo fôlego sobre o género, e divisas frescas à necessitada Hammer. O resultado é um filme de vampiros que usam artes marciais. Como não podia deixar de ser é um filme híbrido, anedótico nalguns momentos, mas nem por isso sem partes positivas. É de certo modo superior aos dois anteriores filmes da série Drácula, com um argumento mais bem conseguido, explorando folclore chinês, e trazendo com essa aura de exotismo oriental, um novo motivo de interesse. Talvez o ponto mais fraco do filme sejam os personagens ocidentais, que pouco trazem à história, com a excepção de Van Helsing. Mais uma vez, Peter Cushing, aqui já visivelmente envelhecido, dá ao personagem toda a sua energia e carisma, fazendo-nos desde logo acreditar que sob a sua batuta, podemos vencer quaisquer monstros. As cenas de artes marciais enchem grande parte do filme, mas o que mais impressiona é a caracterização fantasmagórica dos vampiros e dos seus servos mortos-vivos, parecendo figuras saídas de um pesadelo, em nada relacionadas com o que a Hammer tinha feito até então. A presença de Drácula, aqui interpretado pela primeira vez por outro actor que não Christopher Lee, é forçada, apenas para acrescentar mais esse elemento ao mosaico diversificado que compõe o filme. Embora nominalmente dirigido por Roy Ward Baker, o filme teve as cenas de artes marciais dirigidas por Chia-Liang Liu, que lhe deu o típico movimento dos filmes de kung fu, e marcou ainda mais o hibridismo das sequências. Curioso o facto de os dois jovens ocidentais, ao invez de se apaixonarem um pelo outro, dirigirem os seus afectos a jovens orientais. Talvez a mostrar literalmente como o filme era um casamento Ocidente-Oriente. Este seria o último filme da série Drácula, e o penúltimo da Hamer Horror dos anos 70.

Produção:
Título original: The Legend of the 7 Golden Vampires (Títulos alternativos: The 7 Brothers Meet Dracula; The Seven Brothers And Their One Sister Meet Dracula); Produção: Hammer Film Productions / Shaw Brothers; País: Reino Unido/Hong Kong; Filmado em Hong Kong; Ano: 1974; Duração: 89 minutos; Distribuição: Warner Bros. Pictures; Estreia: 11 de Julho de 1974 (Inglaterra).

Equipa técnica:
Realização: Roy Ward Baker; Produção: Don Houghton e Vee King Shaw; Argumento: Don Houghton; Música: James Bernard; Supervisão Musical: Philip Martell; Fotografia: John Wilcox e Roy Ford (filmado em Panavision); Montagem: Chris Barnes; Efeitos Especiais: Les Bowie; Encenação de Sequências de Artes Marciais: Tang Chia, Liu Chia-Liang; Assistente de Produção: Christopher Carreras; Director Artístico: Johnson Tsau; Caracterização: Wu Hsu Chung; Guarda-roupa: Liu Chi-Yu

Elenco:
Peter Cushing (Professor Lawrence Van Helsing), David Chiang (Hsi Ching), Julie Ege (Vanessa Buren), Robin Stewart (Leyland Van Helsing), Shih Szu (Mai Kwei), John Forbes-Robertson (Dracula), Robert Hanna (Cônsul Britânico), Chan Shen (Kah), James Ma (Hsi Ta), Liu Chia Yung (Hsi Kwei), Fenh Ko An (Hsi Sung), Chen Tein Loonk (Hsi San), Wong Han Chan (Leung Hon).