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Continuando o nosso passeio por alguns dos nomes mais carismáticos do cinema do século XXI, chegamos agora ao Chile, na pessoa de Pablo Larraín, figura habitual em Veneza, Cannes e nos Globos de Ouro, vindo no momento presente a internacionalizar uma carreira que começou no seu país natal.
O cinema de Larraín tem-se destacado pelo olhar revisionista sobre o Chile recente, nomeadamente sobre a ditadura militar de Augusto Pinochet (1973-1970) e seu efeito sobre o povo, liberdades individuais e expressão cultural. Mas ao invés de o fazer numa narrativa politizada, Larraín fá-lo olhando sobretudo para aqueles que tentam ignorar a situação. As suas histórias são de alheamento, dos que vivem nas frestas do regime, e se deixam desumanizar pela frieza e despersonalização que vem de cima. Os seus filmes chocam, por isso, pelo seu pessimismo, amoralidade, atmosfera fria e cinzenta, e uma quase ausência de sentimentos.
É para esse cinema que vamos olhar em Agosto, em cinco filmes de Pablo Larraín, analisando também a sua evolução e efeitos da internacionalização com abertura a outros temas e registos.