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L'amante del vampiroUm grupo de bailarinas ensaia na mansão da família de Luca (Isarco Ravaioli). Aos poucos as bailarinas começam a ouvir rumores de que as raparigas da aldeia estão a ser atacadas por aquilo que os aldeãos crêem ser um vampiro. Tal é rejeitado como superstição pelo aristocrático avô de Luca (Pier Ugo Gragnani), que conta a lenda às raparigas por piada. Só que nas redondezas movimenta-se um perigoso e horrendo vampiro, que quando morde uma vítima a tem para sempre à sua mercê, quando Luca, Francesca (Tina Gloriani) e Luisa (Hélène Rémy) entram num castelo abandonado, são recebidos pela sinistra condessa Alda (Maria Luisa Rolando) e o seu servo Herman (Walter Brandi). A partir de então Luisa torna-se vítima do vampiro, obedecendo-lhe no sentido de lhe trazer também Francesca.

Análise:

Com realização de Renato Polselli, “L’Amante del Vampiro” foi um dos primeiros filmes de terror gótico italianos, a surgir no pós-guerra, depois da porta deixada aberta por “Os Vampiros” (I Vampiri, 1957), de Riccardo Freda. Filmado, tal como o filme de Freda, a preto e branco, o filme teve um argumento de Ernesto Gastaldi, um argumentista que marcaria o filme de género italiano, com colaborações com Mario Bava, Riccardo Freda, Lucio Fulci, Sergio Leone, Tonino Valerii, entre outros, no gótico, giallo e western spaghetti.

Em “L’Amante del Vampiro” a história segue os clichés do género, com o sacramental castelo abandonado de onde provém o mal que assola uma região pobre e dada à superstição. Esta região é por um momento “invadida” por alguma modernidade (exibida em diversas sequências de bailado moderno ao som de música pop), trazida por bailarinas da cidade que, entre namoros, riem das superstições locais. Como não podia deixar de ser, essa pretensa e desrespeitosa superioridade urbana é penalizada com a maldição local.

Tudo acontece depois de Luca (Isarco Ravaioli), a sua namorada, Francesca (Tina Gloriani), e Luisa (Hélène Rémy) se perderem na floresta, entrando no castelo onde habita a estranha condessa Alda (Maria Luisa Rolando) e o seu servo Herman (Walter Brandi). Luisa é mordida por um vampiro, e Luca seduzido pela condessa. A partir de então Francesca percebe que está a ser conduzida ao vampiro, não podendo confiar mais na amiga, mas sem que a levem a sério.

Viremos depois a descobrir que o vampiro é o próprio Herman, que se alimenta de sangue para rejuvenescer, passando depois esse sangue à sua amada Alda, mantendo-a jovem, tornando-se ele horrendo. Finalmente Luca e Giorgio (Gino Turini), o namorado de Luisa, percebem o que se passa, e chegam ao castelo a tempo de salvar Francesca e encurralar os vampiros numa varanda onde a luz do sol os mata.

Se é verdade que a história de “L’Amante del Vampiro” deve muito aos clichés do género, não é menos verdade que se inspira muito em Bram Stoker para a construção do enredo. Desde os primeiros ataques à aldeia, à chegada do vampiro à mansão aristocrática, onde conquista primeiro uma rapariga para tentar chegar à segunda, muito lembra Lucy e Mina do romance “Drácula”.

Com a velha analogia castidade (é a Luisa que dorme com o namorado que é mordida, e a Francesca que espera um pedido de casamento que é salva), temos, insinuados, o tema do amor eterno e do ciúme na estranha relação entre Herman e Alda. A fraca definição dessa relação (Herman parece um maníaco, enquanto Alda se sente prisioneira) é um ponto fraco do filme, que ainda assim, tem na sua fotografia e nalguns dos ambientes criados (particularmente os bonitos exteriores), os seus maiores trunfos. O filme parece, no entanto, demasiado inocente, quando comparado com outros que Gastaldi escreveria nos anos seguintes.

Hélène Rémy em "L'amante del Vampiro"

Produção:

Título original: L’Amante del Vampiro [Título americano: The Vampire and the Ballerina]; Produção: Consorzio Italiano Film (CIF); País: Itália; Ano: 1960; Duração: 83 minutos; Distribuição: United Artists (EUA); Estreia: 23 de Maio de 1960 (Itália).

Equipa técnica:

Realização: Renato Polselli; Produção: Bruno Bolognesi; Argumento: Renato Polselli, Giuseppe Pellegrini, Ernesto Gastaldi; Música: Aldo Piga; Direcção Musical: Luigi Urbini [como Piero Urbini]; Fotografia: Angelo Baistrocchi [preto e branco]; Montagem: Renato Cinquini; Design de Produção: Amedeo Mellone; Figurinos: Werter; Caracterização: Gaetano Capogrosso; Máscaras: Cesare Gambarelli; Coreografia: Marisa Ciampaglia; Director de Produção: Umberto Borsatto

Elenco:

Hélène Rémy (Luisa), Tina Gloriani (Francesca), Walter Brandi (Herman), Isarco Ravaioli (Luca), Gino Turini [como John Turner] (Giorgio), Pier Ugo Gragnani (Professor), Maria Luisa Rolando (Condessa Alda), Brigitte Castor, Lut Maryk, Ombretta Ostenda, Bava Sanni, Marisa Quattrini, Giorgio Braccesi, Titti Valeri, Stefania Sabatini, Franca Licastro.