• Início
    • Introdução
    • Sobre o autor
    • Bibliografia
  • Blog
  • Ciclos
    • Alexander Sokurov
    • Audrey Hepburn
    • Béla Tarr
    • Cinema mudo escandinavo
    • Clássicos dos anos 20
    • Danny Kaye
    • Dramaturgos em Hollywood
    • Ealing Comedies (Reis da comédia VI)
    • Era dourada do cinema japonês
    • Espiões na Guerra Fria
    • Expressionismo Alemão
    • Fantasmas do antigo Japão
    • Film Noir
    • Gótico da Hammer
    • Greta Garbo
    • Hollywood no cinema
    • Ingrid Bergman
    • Irmãos Marx
    • Jean-Claude Brisseau
    • Jerry Lewis
    • Jia Zhangke
    • Longas da comédia muda
    • Macabro de Dario Argento
    • Marilyn Monroe
    • Mel Brooks
    • Mestres de ficção científica
    • Michael Haneke
    • Monty Python
    • Música Clássica e Cinema
    • Neo-realismo Italiano
    • New Hollywood
    • Nouvelle Vague
    • Nova Hammer
    • Nuri Bilge Ceylan
    • O apogeu do gore
    • Os filhos do Neo-realismo
    • Os pintores e o cinema
    • Pablo Larraín
    • Paolo Sorrentino
    • Piratas e corsários
    • Primeira Guerra Mundial
    • Realismo poético francês
    • Spaghetti com S de Sergio
    • Surrealismo no cinema
    • Sword & sandal
    • Terror de Vincent Price
    • Terror gótico italiano
    • Terror satânico
    • Tsai Ming-liang
    • URSS e revolução
    • Wuxia moderno
    • Xavier Dolan
  • Integrais
    • Alfred Hitchcock
    • Andrei Tarkovsky
    • Federico Fellini
    • Ingmar Bergman
    • Martin Scorsese
    • Rainer Werner Fassbinder
    • Robert Bresson
    • Woody Allen
  • Artigos
    • Divas de Hollywood
    • Cinema mudo escandinavo
    • Cinema XXI
    • Dramaturgos em Hollywood
    • Era dourada do cinema japonês
    • Espiões na Guerra Fria
    • Expressionismo Alemão
    • Fantasmas do antigo Japão
    • Film Noir
    • O Gótico da Hammer
    • Piratas e corsários
    • Longas-metragens da comédia muda
    • Mestres de ficção científica
    • Neo-realismo italiano
    • New Wave of Hollywood
    • Nouvelle Vague
    • O macabro de Dario Argento
    • Os filhos do Neo-realismo
    • Reis da Comédia
    • Realismo poético francês
    • Spaghetti com S de Sergio
    • Surrealismo no cinema
    • Sword and sandal
    • O Terror de Vincent Price
    • Terror gótico italiano
    • URSS e Revolução
  • Rubricas
    • As minhas listas
    • Cineclubes
    • Especial Natal
    • Festivais: Estrangeiro
    • Hoje escrevo eu
    • O meu Ciclo
  • Calendário
    • Festivais: Portugal
    • Prémios
  • Cine-Portugal
    • Blogs
    • Cineclubes
    • Distribuidoras
    • Exibidores
    • Festivais
    • Instituições
    • Produtoras
    • Publicações
  • Universos Paralelos

A janela encantada

A janela encantada

Tag Archives: Star Wars

Universos Paralelos – 12 – A guerra das estrelas de George Lucas Ep. 3

24 Segunda-feira Dez 2018

Posted by jc in Universos Paralelos

≈ Deixe um comentário

Etiquetas

Cinema, Ficção Científica, George Lucas, Podcast, Segundo Take, Star Wars, Universos Paralelos

Universos Paralelos - 12 - A guerra das estrelas de George Lucas Ep. 3

Pode ouvir aqui o décimo segundo episódio de Universos Paralelos:
PODCAST

E ler a respectiva folha de sala aqui:
FOLHA DE SALA

 

Universos Paralelos é um programa da autoria de António Araújo (Segundo Take), José Carlos Maltez (A Janela Encantada) e Tomás Agostinho (Imaginauta), produzido e apresentado mensalmente no podcast Segundo Take.

Subscreva o podcast em
Apple Podcasts
ou
Spotify.

Universos Paralelos

Universos Paralelos – 12 – A guerra das estrelas de George Lucas Ep. 3

21 Sexta-feira Dez 2018

Posted by jc in Universos Paralelos

≈ Deixe um comentário

Etiquetas

Cinema, Ficção Científica, George Lucas, Podcast, Segundo Take, Star Wars, Universos Paralelos

Universos Paralelos - 12 - A guerra das estrelas de George Lucas Ep. 3

Segunda-feira, dia 24 de Dezembro a prenda de Natal que o António Araújo (Segundo Take), o José Carlos Maltez (A Janela Encantada) e o Tomás Agostinho (Imaginauta) vos deixam é o décimo segundo episódio de Universos Paralelos.

E nele fechamos uma trilogia de episódios dedicados à saga Star Wars, com a fase que vai de 2012 aos nossos dias. O episódio poderá ser encontrado aqui:
podcast

 

A guerra das estrelas de George Lucas Ep. 3

George Lucas com os bonecos da Disney em cosplay de Star Wars

Em 2012, o mundo do cinema foi surpreendido pela notícia de que a Walt Disney Company comprara a Lucasfilm Ltd., naquilo que é mais um passo para o que a história do cinema descreverá como a aglutinação das franchises com maior lucro de sempre em torno de uma ou duas grandes companhias de Hollywood.

Mas para os fãs da saga criada por George Lucas, a consequência era outra: tornava-se agora possível pensar numa revitalização da série com novos filmes. E, de facto, foi imediatamente anunciada uma nova trilogia, contando com os há muito desejados episódios VII, VIII e IX. Com Kathleen Kennedy — que em 1981, se tornara, com Steven Spielberg e Frank Marshall, uma das fundadoras da Amblin Entertainment — a assumir a presidência da nova Lucasfilm, J. J. Abrams — então curiosamente envolvido no rejuvenescimento da saga Star Trek — foi trazido para dirigir o projecto, e os novos filmes começaram a ser preparados.

Imagem promocional do regresso da série "The Clone Wars"

Em simultâneo, o universo criado por Lucas continuava ainda a produzir material para os fãs. Havia uma série de televisão — The Clone Wars — a decorrer desde 2008, e os livros do chamado Extended Universe continuavam a ser editados em vários volumes por ano, fruto da colaboração de diferentes autores que seguiam a visão de George Lucas sobre personagens (tanto as dos filmes como inéditas), acontecimentos, cenários e eras, abarcando um período que ia agora dos primórdios da galáxia à formação dos Jedi, dos Sith e da Antiga República até tudo o que rodeava os eventos das duas trilogias, e mesmo a descendência dos Solo e Skywalker.

Não se querendo fazer uma completa tábua rasa de tudo o que estava para trás, a Lucasfilm decidiu que havia que simplificar o cânone, considerando canónicos apenas os seis filmes e a série “The Clone Wars”. Tudo o resto passava a ser catalogado como Legends, assim como se fossem histórias apócrifas, contadas por quem conta mitos e não história verdadeira. Essa seria escrita numa nova série de livros, publicados a partir de 2014, e que se centrariam essencialmente nos personagens dos filmes — passados e futuros.

Mas, por muito que os livros, a banda desenhada e os videojogos nos dessem a partir de 2014, era o tal “Episódio VII” que todos queriam descobrir. Ele chegou em 2015, no que foi uma tentativa de recuperar o espírito dos primeiros filmes, esquecendo a atmosfera mais negra, a política mais complexa e a fotografia mais dependente de efeitos especiais da segunda trilogia. O resultado era o regresso a uma aventura mais clássica e simplificada em torno de novos heróis que nos fizessem lembrar os lugares comuns que tão icónicos se tornaram na história do cinema em 1977.

<img >Harrison Ford em "O Despertar da Força" (The Force Awakens, 2015), de J. J. Abrams

Realizado por J. J. Abrams, “O Despertar da Força” foi um tremendo sucesso de bilheteira, e a Lucasfilm sentiu estar no caminho certo. Foi anunciado que o filme seguinte (“Os Últimos Jedi”), a estrear em 2017, seria realizado por Rian Johnson, e começaram a surgir notícias de spin-offs que ajudariam a completar o universo com histórias paralelas e desenvolvimento de outros personagens. A primeira seria “Rogue One: A Star Wars Story” (2016), que contava sobre os momentos que precediam imediatamente o “Episódio IV” — a Guerra das Estrelas original de 1977. O segundo seria “Solo: A Star Wars Story” (2018), que explorava aventuras de um jovem Han Solo, muito antes de o termos conhecido no filme original. O fracasso comercial deste segundo filme esfriou intenções de produzir muitas outras obras no que se antevia já como uma tapeçaria de filmes diferentes, a exemplo do que a Marvel vem fazendo.

Felicy Jones em "Rogue One One: Uma História de Star Wars" (Rogue One, 2016) de Gareth Edwards

Tal era a prova de que nem tudo é simples no planeamento da Lucasfilm, que entretanto anunciava que o “Episódio IX” seria novamente realizado por J. J. Abrams (e não por Colin Trevorrow, como inicialmente fora pensado). De avanços e recuos tem-se feito a planificação de que filmes paralelos e novas trilogias verão a luz do dia, com novidades e suas negações a surgirem a ritmo acelerado. Pelo meio, a presença da Lucasfilm na televisão aumenta, primeiro com a bem sucedida série de animação “Rebels” (2004-2018), de Dave Filoni, depois com a série mais juvenil “Resistance”, recentemente estreada, e finalmente com a promessa da primeira série acção real, “The Mandalorian”, para 2019.

Veja-se neste renascimento um recuperar do espírito original ou apenas um encaixar nas fórmulas de gerir o espectáculo cinematográfico nos nossos dias, a verdade é que continua a ser um período fascinante para se ser fã de Star Wars, com uma galáxia que pode ser, muito, muito longe, mas nos dá muito de si quase todos os dias.

José Carlos Maltez, Dezembro de 2018.

 

Fontes primárias

Cinema

  • Star Wars: Episódio VIII – O Despertar da Força (Star Wars: Episode VII – The Force Awakens, J. J. Abrams, 2015)
  • Rogue One: Uma História de Star Wars (Rogue One, Gareth Edwards, 2016)
  • Star Wars: Episódio VIII – Os Últimos Jedi (Star Wars: Episode VIII – The Last Jedi, Rian Johnson, 2017)
  • Han Solo: Uma História de Star Wars (Solo: A Star Wars Story, Ron Howard, 2018)

Televisão

  • Star Wars: Rebels (Dave Filoni, Justin Ridge, 2014–2018)
  • Star Wars: Forces of Destiny (Dave Filoni, 2017)
  • Star Wars: Resistance (Dave Filoni, 2018–)

Bibliografia seleccionada

  • Carson, R. (2018) Most Wanted. New York, NY: Del Rey.
  • Dawson, D. S. (2017) Phasma. New York, NY: Del Rey.
  • Foster, A. D. (2016) Star Wars: The Force Awakens. New York, NY: Del Rey.
  • Gray C. (2017) Leia, Princess of Alderaan. New York, NY: Del Rey.
  • Hearne, K. (2015) Heir to the Jedi. New York, NY: Del Rey.
  • Johnston, E. K. (2016) Ahsoka. New York, NY: Del Rey.
  • Lafferty, M. (2018) Solo: A Star Wars Story: Expanded Edition. New York, NY: Del Rey.
  • Luceno, J. (2014) Tarkin. New York, NY: Del Rey.
  • Luceno, J. (2016) Catalyst: A Rogue One Novel. New York, NY: Del Rey.
  • Miller, J. J. (2014) A New Dawn. New York, NY: Del Rey.
  • Older, D. J. (2018) Last Shot. New York, NY: Del Rey.
  • Revis, B. (2017) Rebel Rising. New York, NY: Del Rey.
  • Wendig, (2015-2017) Aftermath [3 livros]. New York, NY: Del Rey.
  • Zahn, T. (2017) Thrawn. New York, NY: Del Rey.
  • Zahn, T. (2018) Thrawn: Alliances. New York, NY: Del Rey.

Banda Desenhada

  • Marvel Comics (2015-) – Inúmeras colecções

Videojogos selecionados

  • Angry Birds Star Wars (2012): Mobile
  • Angry Birds Star Wars II (2013): Mobile
  • Star Wars: Galaxy of Heroes (2015): Mobile
  • Star Wars Battlefront (2015)- PlayStation 4, Windows, Xbox One
  • Lego Star Wars: The Force Awakens (2016): Windows, PlayStation 4, PlayStation 3, Xbox One, Xbox 360, Wii U, Mac
  • Star Wars Battlefront II (2017) – PlayStation 4, Windows, Xbox One

Fontes secundárias

Bibliografia

  • Szostak, P. (2015) The Art of Star Wars: The Force Awakens. New York, NY: Harry N. Abrams.
  • Kushins, J. (2016) The Art of Rogue One: A Star Wars Story. New York, NY: Harry N. Abrams.
  • Szostak, P. (2017) The Art of Star Wars: The Last Jedi. New York, NY: Harry N. Abrams.
  • Szostak, P. (2018) The Art of Solo: A Star Wars Story. New York, NY: Harry N. Abrams.

Website

  • Wookipedia – The Stars Wars Wiki (http://starwars.wikia.com)

Universos Paralelos – 11 – O ciberespaço de William Gibson

20 Terça-feira Nov 2018

Posted by jc in Universos Paralelos

≈ Deixe um comentário

Etiquetas

Cibernética, Cinema, Cyberpunk, Ficção Científica, Podcast, Realidade virtual, Segundo Take, Star Wars, Universos Paralelos, William Gibson

O ciberespaço de William Gibson

Pode ouvir aqui o décimo primeiro episódio de Universos Paralelos:
PODCAST

E ler a respectiva folha de sala aqui:
FOLHA DE SALA

 

Universos Paralelos é um programa da autoria de António Araújo (Segundo Take), José Carlos Maltez (A Janela Encantada) e Tomás Agostinho (Imaginauta), produzido e apresentado mensalmente no podcast Segundo Take.

Subscreva o podcast em:
Apple Podcasts
ou
Spotify.

Universos Paralelos

Universos Paralelos – 11 – O ciberespaço de William Gibson

16 Sexta-feira Nov 2018

Posted by jc in Universos Paralelos

≈ Deixe um comentário

Etiquetas

Cibernética, Cinema, Cyberpunk, Ficção Científica, Podcast, Realidade virtual, Segundo Take, Star Wars, Universos Paralelos, William Gibson

Universos Paralelos - 11 - O ciberespaço de William Gibson

Segunda-feira, dia 19 de Novembro chega o décimo primeiro episódio de Universos Paralelos, no podcast Segundo Take, com a autoria de António Araújo (Segundo Take), José Carlos Maltez (A Janela Encantada) e Tomás Agostinho (Imaginauta).

O tema será o universo cyberpunk de William Gibson, autor da mais importante literatura do género, com várias adaptações ao cinema. O episódio poderá ser encontrado aqui:
podcast

 

O ciberespaço de William Gibson

William Gibson

O céu por cima do porto era da cor de um aparelho de TV sintonizado num canal sem emissão.

1983. Novembro. “Amazing Stories” volume 57. Bruce Bethke publica a sua novela intitulada “Cyberpunk”, onde nos apresenta esta nova palavra. Apenas um ano mais tarde William Gibson pede-nos que «Diga adeus aos futuros desbotados. Eis um mundo novo inteiramente original, intenso como um choque eléctrico.» — como disse Bruce Sterling, outro dos pais do cyberpunk, sobre o romance que mudou o género para sempre, “Neuromancer” (1984).

Capa do livro "Neuromancer" (1984), de William Gibson

Este subgénero da ficção científica (de em diante FC) é caracterizado por vários elementos que raramente encontramos reunidos nas obras cinematográficas ligadas a essa tradição. O primeiro é retirado do film noir: a estética urbana, nocturna e chuvosa, à qual se adiciona uma dimensão inexistente no noir, esse mundo do passado que nos assombra e espanta, e que é específica desta corrente da FC: a poluição omnipresente, o domínio do caos, as luzes néon, a publicidade imersiva e hegemónica e a infusão de culturas e línguas diferentes na cidade, que é frequentemente também uma personagem, como vimos em “Blade Runner” (1982) — filme esse que é considerado o primogénito desde género no cinema.

O segundo elemento é a ligação do cyberpunk ao mundo informático e à informatização do mundo: basta pensar nas primeiras imagens de “Ghost in the Shell” (1995), onde o mundo se tornou uma vasta rede; ou na omnipresença dos sistemas cibernéticos em “Altered Carbon” (2018 – ). Isto encerra duas consequências do ponto de vista estético-narrativo. A primeira é que este género expõe, não só uma dicotomia diferente mente/corpo como também novas possibilidades dentro do homem/máquina. Uma mente separada do corpo como vemos em “The Matrix” (1999), novos dispositivos cibernéticos que permitem melhorar os sentidos humanos — os implantes —, mudando radicalmente o corpo humano e aproximando-o ao de uma máquina, como vemos em “Ghost in the Shell” ou em “Altered Carbon”, nos chips de transferência de consciência de corpo para corpo levando a uma inevitável imortalidade, derivada da criação de corpos sintéticos. Exibe também seres humanos cuja a mente é tratada como um programa onde podem alterar dados, como as recordações, como em “Total Recall” (1990), “Robocop” (1987), “Johnny Mnemonic” (1995).

Keanu Reeves em "Johnny Mnemonic: O Fugitivo do Futuro" (Johnny Mnemonic, 1995), de Robert Longo

Lança-se ainda a possibilidade de clones ou corpos sintéticos com mentes sintéticas como os andróides replicantes de “Blade Runner”, ou ainda num caso absolutamente extremo de mentes sem corpo e a sua existência nas redes informáticas, como programas, como vemos no “Neuromancer” ou no “Her” (2013). As combinações são vastas e todas elas visam expandir a nossa ideia de ser humano. A segunda consequência é o tema da realidade virtual, de uma realidade criada pela informática. Filmes como “Welt am Draht” (1973), “The Matrix”, “The Thirteenth Floor” (1999), “Tron” (1982), “Brainstorm” (1983) exploram isso. Em muitos, as linhas que separam a realidade actual da realidade virtual são ténues, por vezes, devido à inconsciência do utilizador de que se encontra nessa realidade. Outros como “Ready Player One” (2018) usam a realidade virtual como uma extensão consciente do nosso mundo, uma alternativa à vivência do quotidiano, recorrendo a tecnologia de imersão sensorial (luvas de dados, fatos ou capacetes de visualização). Em ambos os casos é como se o indivíduo fosse subitamente transportado para esse algures da realidade virtual que ele passa a habitar verdadeira e totalmente.

O terceiro elemento do cyberpunk é político. O homem equipado com um corpo diferente leva a uma percepção diferente do mundo e com isso vem uma mudança na dimensão política e social, pois essa percepção leva a uma tendência de revolta perante a organização efectiva da sociedade humana; passamos a ver melhor os seus erros. O herói do cyberpunk é sempre um revoltado que foge à ordem social e que a transgride. O cyberpunk é assim uma crítica da sociedade, uma brecha que se entreabre e faz parecer que o nosso mundo é a manifestação de um outro mundo (ou de um outro nível do mundo), que cria um recuo, uma distância que possibilita a crítica.

E William Gibson não é alheio a estes elementos. O seu romance, “Neuromancer”, reflecte este mesmo mundo. As suas preocupações com o sistema político e social imposto na América dos anos 80 leva a uma crítica do sistema capitalista, representando uma sociedade decadente e dependente da tecnologia, onde a hierarquia é definida pelo poder financeiro e o sistema político se dissolveu no económico — não muito diferente daquela para a qual nos precipitamos — e que recorre frequentemente à imersão virtual como forma de escape. Do film noir temos as tramas corporativas, o enredo detectivesco e a espionagem de um thriller, características comuns à obra de Gibson.

Gilliam Anderson no episódio "First Person Shooter" (2000) da série "Ficheiros Secretos" (The X-Files, 1993- ), criada por Chris Carter

Aventurando-se fora da literatura, desenvolveu argumentos para a TV e para o cinema: “Tomorrow Calling” (1993), “Johnny Mnemonic” (1995), “New Rose Hotel” (1998) e ainda “Kill Switch” (1998) e “First Person Shooter” (2000), dois episódios de “The X-Files”. Todas estas obras são como uma extensão do universo, que é sempre o mesmo: é o de “Neuromancer”, mas contado de formas diferentes.

Gibson é um autor vertical que, tal como o género que ajudou a criar, vive numa espécie de bolha que se debruça sobre os mesmos temas, simplesmente actualizando-os à luz da contemporaneidade. Fá-lo, porque existe uma necessidade social para tal. E tal como a frase que abre o “Neuromancer” e que inicia esta «folha», Gibson situa-se no campo cinzento e estático que é o seu — e em boa verdade o de todos os que o seguiram — cyberpunk.

Tomás Agostinho, Novembro 2018.

 

Fontes primárias

Bibliografia

  • Gibson, W. (1984) Neuromancer. New York, NY: Ace Books.

Cinema

  • Tomorrow Calling (Tomorrow Calling, Tim Leandro, 1993)
  • Johnny Mnemonic: O Fugitivo do Futuro (Johnny Mnemonic, Robert Longo, 1995)
  • New Rose Hotel (New Rose Hotel, Abel Ferrara, 1998)

Televisão

  • Kill Switch (Rob Bowman, 1998), in Ficheiros Secretos (The X Files, 1993 – , 217 episódios) criado por Chris Carter
  • First Person Shooter (Chris Carter, 2000), in Ficheiros Secretos (The X Files, 1993 – , 217 episódios) criado por Chris Carter

Fontes secundárias

Cinema

  • O Mundo no Arame (Welt am Draht, Rainer Werner Fassbinder, 1973)
  • Blade Runner: Perigo Iminente (Blade Runner, Ridley Scott, 1982)
  • Tron (TRON, Steven Lisberger, 1982)
  • Projecto Brainstorm (Brainstorm, Douglas Trumbull, 1983)
  • Robocop – O polícia do futuro (RoboCop, Paul Verhoeven, 1987)
  • Desafio Total (Total Recall, Paul Verhoeven, 1990)
  • Ghost in the Shell: Cidade Assombrada (Kôkaku Kidôtai, Mamoru Oshii, 1995)
  • Matrix (The Matrix, Lana Wachowski (como The Wachowski Brothers), Lilly Wachowski (como The Wachowski Brothers), 1999)
  • The Thirteenth Floor (The Thirteenth Floor, Josef Rusnak, 1999)
  • Uma História de Amor (Her, Spike Jonze, 2013)
  • Ready Player One: Jogador 1 (Ready Player One, Steven Spielberg, 2018)

Televisão

  • Carbono Alterado (Altered Carbon, 2018 – , 18 episódios) criado por Laeta Kalogridis

Universos Paralelos – 10 – O Oeste justiceiro de Clint Eastwood

22 Segunda-feira Out 2018

Posted by jc in Universos Paralelos

≈ 4 comentários

Etiquetas

Cinema, Clint Eastwood, Podcast, Segundo Take, Star Wars, Universos Paralelos, Western

O Oeste justiceiro de Clint Eastwood

Pode ouvir aqui o décimo episódio de Universos Paralelos:
PODCAST

E ler a respectiva folha de sala aqui:
FOLHA DE SALA

 

Universos Paralelos é um programa da autoria de António Araújo (Segundo Take), José Carlos Maltez (A Janela Encantada) e Tomás Agostinho (Imaginauta), produzido e apresentado mensalmente no podcast Segundo Take.

Subscreva o podcast em:
Apple Podcasts
ou
Spotify.

Universos Paralelos

Universos Paralelos – 10 – O Oeste justiceiro de Clint Eastwood

18 Quinta-feira Out 2018

Posted by jc in Universos Paralelos

≈ 1 Comentário

Etiquetas

Cinema, Clint Eastwood, Podcast, Segundo Take, Star Wars, Universos Paralelos, Western

Universos Paralelos - 10 - O Oeste justiceiro de Clint Eastwood

Segunda-feira, dia 22 de Setembro teremos o décimo episódio de Universos Paralelos, no podcast Segundo Take, com a autoria de António Araújo (Segundo Take), José Carlos Maltez (A Janela Encantada) e Tomás Agostinho (Imaginauta).

Olharemos, desta vez, para a carreira no faroeste de Clint Eastwood, particularmente nas quatro longas-metragens por ele realizadas. O episódio poderá ser encontrado aqui:
podcast

 

O Oeste justiceiro de Clint Eastwood

Cint Eastwood

Clint Eastwood nasceu a 31 de Maio de 1930. Depois de granjear algum sucesso com o seu trabalho na televisão, tornou-se uma estrela internacional ao participar como o Homem Sem Nome numa trilogia de filmes realizados por Sergio Leone que se tornariam conhecidos como a «Trilogia dos Dólares» — “Por Um Punhado de Dólares” (Per un pugno di dollari, 1964), “Por Mais Alguns Dólares” (Per qualche dollaro in più, 1965) e “O Bom, o Mau e o Vilão” (Il buono, il brutto, il cattivo, 1966). Estes títulos, além de darem a conhecer ao mundo o lacónico actor, tiveram um papel fundamental no sub-género do western que se convencionou chamar spaghetti, dado serem produzidos em Itália. Apesar de ser ocasionalmente criticado por John Wayne, dado o olhar pouco convencional dos seus títulos sobre o mais americano dos géneros cinematográficos, Eastwood foi-se enraizando como uma figura mítica da Hollywood clássica, participando em jingoístas fitas da Segunda Guerra Mundial, continuando a participar em filmes que recuperavam a mitologia do faroeste e transpondo a mesma lei da bala para a conturbada selva urbana da década de setenta noutra das suas mais perenes criações, o detective Harry Callahan, em “A Fúria da Razão” (Dirty Harry, Don Siegel, 1971).

A sua carreira como realizador, iniciada na mesma década, foi reflectindo imediatamente interesses temáticos mais heterogéneos e variados do que as suas escolhas como actor deixariam adivinhar. Por entre thrillers psicológicos — “Destinos nas Trevas” (Play Misty For Me, 1971) —, dramas românticos — “Ontem ao Fim do Dia” (Breezy, 1973) —, filmes de acção — “A Escalada” (The Eiger Sanction, 1975) —, musicais — “A Última Canção” (Honkytonk Man, 1982) — e títulos biográficos — “Bird – Fim do Sonho” (Bird, 1988) —, Eastwood foi construído um corpo de trabalho que conta apenas com quatro títulos situados no faroeste em quase meio século de carreira atrás das câmaras. Para o autor, o western não é uma obsessão, apesar do seu legado aí estar enraizado de forma inolvidável; é apenas mais uma localização para as histórias que quer contar.

Clint Eastwood em "O Rebelde do Kansas" (The Outlaw Josey Wales, 1976), realizado pelo próprio

O seu retrato anti-heróico da «fronteira americana» é normalmente pincelado por conceitos de justiça e vingança, bem como por doses generosas de violência realista — uma das críticas apontadas pelo mítico John Wayne. Se “O Pistoleiro do Diabo” (High Plains Drifter, 1973) e “Justiceiro Solitário” (Pale Rider, 1985) constituem extensões da figura espectral encenada nos filmes de Sergio Leone, parecendo representar pólos opostos de uma perspectiva divina, “O Rebelde do Kansas” (The Outlaw Josey Wales, 1976), uma realização «acidental» de Eastwood — que tomou as rédeas ao projecto depois do afastamento de Philip Kaufman —, e “Imperdoável” (Unforgiven, 1992) traçam retratos mais terra-a-terra, por isso mais corpóreos e terrenos (não confundir, por favor, com verosimilhança; estes continuam a ser expressões de uma depurada linguagem cinematográfica) que dialogam e questionam a mitologia perpetuada pelo próprio autor. Laços familiares, cobardia, arrependimento e redenção são conceitos explorados em dois títulos que definem também um ciclo de reconhecimento ao trabalho de Clint Eastwood. “O Rebelde do Kansas” foi o seu primeiro título nomeado para um Óscar da Academia de Hollywood, enquanto que “Imperdoável” foi o filme da sua consagração com que acabou por arrecadar quatro estatuetas, incluindo Melhor Filme e Melhor Realizador.

Clint Eastwood em "Imperdoável" (Unforgiven, 1992) , realizado pelo próprio

Em 2018, Clint Eastwood continua no activo aos oitenta e oito anos de idade. Nem sempre uma figura consensual, é sem sombra de dúvida um ícone cultural e uma importante referência do cinema norte-americano. Embora aparentemente tenha deixado as planícies poeirentas do faroeste para trás, vamos olhar sobre os quatro westerns que realizou e (re)descobrir o que o motivou a pegar na arma e na câmara ao mesmo tempo…

António Araújo, Junho 2018.

 

Fontes primárias

Cinema

  • O Pistoleiro do Diabo (High Plains Drifter, Clint Eastwood, 1973)
  • O Rebelde do Kansas (The Outlaw Josey Wales, Clint Eastwood, 1976)
  • Justiceiro Solitário (Pale Rider, Clint Eastwood, 1985)
  • Imperdoável (Unforgiven, Clint Eastwood, 1992)

Fontes secundárias

Bibliografia

  • Foote, John H. (2008) Clint Eastwood: Evolution of a Filmmaker. Praeger.
  • Neibaur, James L. (2015) The Clint Eastwood Westerns. Rowman & Littlefield Publishers.

Universos Paralelos – 9 – As guerras das estrelas de George Lucas, Ep. 2

20 Quinta-feira Set 2018

Posted by jc in Universos Paralelos

≈ Deixe um comentário

Etiquetas

Cinema, Ficção Científica, George Lucas, Podcast, Segundo Take, Star Wars, Universos Paralelos

As guerras das estrelas de George Lucas, Ep. 2

Pode ouvir aqui o nono episódio de Universos Paralelos:
PODCAST

E ler a respectiva folha de sala aqui:
FOLHA DE SALA

 

Universos Paralelos é um programa da autoria de António Araújo (Segundo Take), José Carlos Maltez (A Janela Encantada) e Tomás Agostinho (Imaginauta), produzido e apresentado mensalmente no podcast Segundo Take.

Subscreva o podcast em:
Apple Podcasts
ou
Spotify.

Universos Paralelos

Universos Paralelos – 9 – As guerras das estrelas de George Lucas Ep. 2

14 Sexta-feira Set 2018

Posted by jc in Universos Paralelos

≈ Deixe um comentário

Etiquetas

Cinema, Ficção Científica, George Lucas, Podcast, Segundo Take, Star Wars, Universos Paralelos

As guerras das estrelas de George Lucas Ep. 2

Segunda-feira, dia 17 de Setembro chega mais um Universos Paralelos, no podcast Segundo Take, com a autoria de António Araújo (Segundo Take), José Carlos Maltez (A Janela Encantada) e Tomás Agostinho (Imaginauta).

Desta vez, voltamos às guerras das estrelas de George Lucas, para um segundo episódio que abarca o período produtivo de 1999 a 2012. O episódio poderá ser encontrado aqui:
podcast

 

As guerras das estrelas de George Lucas Ep. 2

George Lucas

Decorre o ano de 1997, e fãs de todo o Mundo rejubilam com o lançamento da edição especial da trilogia original de Star Wars, comemorando os vinte anos da estreia do filme original, “Uma Nova Esperança” (1977). Esta nova edição conta com aquilo a que Richard McCallum (produtor das prequelas) chamou visão original: aquilo que George Lucas pretendia que os filmes originais fossem, mas que a tecnologia da época e outros constrangimentos não permitiram. Temos, portanto, novas cenas adicionadas com recurso às novas tecnologias digitais, que começam a ganhar terreno após o enorme sucesso de filmes como “Toy Story” (1995). A imagem e o som também foram remasterizados à luz das tecnologias que se tornam agora práticas comuns.

Os fãs não podem deixar de pensar se este lançamento significaria algo para o futuro da saga. E não muito tempo depois, o próprio Lucas anuncia que mais três filmes serão lançados. São prequelas dos originais e propõem-se a contar a origem do mítico Darth Vader e a ascensão do Imperador ao poder, resultando na queda da então próspera república e com ela o desaparecimento de quase todos os Jedis. São estreados: “Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma” (1999), “Star Wars: Episódio II – O Ataque dos Clones” (2002) e “Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith” (2005). Somos apresentados a novas personagens como: Anakin Skywalker (Hayden Christensen), Padmé Amidala (Natalie Portman), um jovem Obi-Wan Kenobi (Ewan McGregor), Mace Windu (Samuel L. Jackson), Qui-Gon Jinn (Liam Neeson), Jar Jar Binks (Ahmed Best), Darth Maul (Ray Park), entre outros. Os filmes são realizados e escritos pelo próprio Lucas (com a ajuda de Jonathan Hales na escrita do episódio II).

Cartazes dos três filmes das prequelas de 1999 a 2005

Sente-se a transição dos filmes de fantasia da primeira trilogia para a ficção científica desta nova vaga. A política toma um lugar de primeira classe, onde vemos a dinâmica do senado que influencia a galáxia, as suas tramas que levam à ascensão do Imperador e posteriormente à criação do Império tão conhecido pelos fãs e temido pelos rebeldes. Os cavaleiros Jedis, donos da luz que mantém a ordem contra o lado negro até então enfraquecido. Enquanto que na trilogia original somos apresentados a um novo universo, às leis que o regem e à sua física, dando asas a um mundo mágico onde a Força é um espírito do povo e fonte de esperança, onde a fantasia e a imaginação são reis, aqui nesta nova trilogia a fantasia é trocada pela razão e pela ciência, onde até a Força, movível na sua espiritualidade, se torna num instrumento ao serviço da ciência e da exactidão, na sua contagem pelos midi-chlorians. Lucas tenta aqui criar filmes para um público mais maduro, talvez para aquelas crianças dos originais que são agora adultas; tentando também alcançar as crianças que podem ser seduzidas pelo espectáculo das então novas e energéticas batalhas de sabres de luz e corridas de naves e podracers. No entanto, e apesar de todos os seus esforços, esta nova trilogia cai mal junto dos fãs, que quiçá depois de anos a criar expectativas não as viram preenchidas. Sou, e apesar de tudo, um fã e defensor destes filmes; são os do meu tempo e julgo-os uma óptima adição a um universo tão rico e complexo como o de Star Wars.

Lucas não se vê demovido pelas reações negativas e em 2008 é estreado “Star Wars – A Guerra dos Clones”, realizado pela então estrela em ascensão dentro da Lucasfilm, Dave Filoni. O filme segue Ahsoka Tano e o seu mestre, Anakin Skywalker numa missão secreta para resgatar o filho de Jabba the Hutt. Os acontecimentos decorrem entre o episódio II e III. O filme serve como piloto para uma série de animação lançada no mesmo ano e com o mesmo nome (2008-2014). Criada pelo próprio Lucas, tem ao leme Dave Filoni e durante seis temporadas seguimos os mesmos personagens do filme homónimo e a mesma linha temporal. Ao contrário das prequelas e do filme de animação, a série é bem recebida junto do público e da crítica.

"Star Wars - A Guerra dos Clones" (Star Wars: The Clone Wars, 2008), de Dave Filoni

Entretanto, durante estes anos de ouro de produção, outros meios encontram neste universo um lugar: são lançados dezenas de livros, bandas desenhas, jogos de vídeo que se propõem a fechar os buracos que compõem a cronologia que parece apenas crescer a cada dia que passa (há registo de arcos narrativos desde 25,793 BBY – Before the Battle of Yavin – a 139 ABY – After the Battle of Yavin).

Se calhar devido ao sucesso da série “Clone Wars”, em 2014 a Lucasfilm anuncia uma nova série de animação ao serviço do novo canal da Disney (um acto premonitório do que então se avizinha), “Star Wars: Rebels” (2014-2018), desta vez já com a mão de Filoni como criador. Lucas encontra-se desaparecido desta nova campanha, pois algo havia sucedido uns anos antes. Em 2012, a Lucasfilm é comprada pela gigante Disney por uns incríveis 4 mil milhões de doláres e George oferece o seu lugar a Kathleen Kennedy como presidente da Lucasfilm. Inicia-se uma nova era para a saga Star Wars; dividem-se os campos entre o contentamento e o descontentamento de fãs. O vasto Universo Expandido que havia sido criado ao longo de anos é desconsiderado como cânone e passa-se a denominar de Legends. Isto é feito com o intuito de se criar uma tábua rasa para os próximos projectos onde apenas são consideradas as produções com o selo da Lucasfilm, ou seja, os filmes originais, as prequelas e Clone Wars. Mas algo é certo: novos materiais estão a ser e serão produzidos nos anos que aí vêm.

Independentemente da posição que cada um tem em relação às várias eras que a Star Wars já sofreu, algo é certo: estamos perante uma saga que já acompanhou gerações de miúdos e graúdos e que não tem intenções de parar, portanto para o bem desta galáxia muito distante, apertem os cintos e desfrutem da viagem, que será inferior a 12 parsecs.

Tomás Agostinho, Setembro 2018.

 

Fontes primárias

Cinema

  • Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma (Star Wars: Episode I – The Phantom Menace, George Lucas, 1999)
  • Star Wars: Episódio II – O Ataque dos Clones (Star Wars: Episode II – Attack of the Clones, George Lucas, 2002)
  • Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith (Star Wars: Episode III – Revenge of the Sith, George Lucas, 2005)
  • Star Wars – A Guerra dos Clones (Star Wars: The Clone Wars, Dave Filoni, 2008)

Televisão

  • Star Wars: Clone Wars (2003-2005 – 25 episódios) criado por Genndy Tartakovsky
  • Star Wars: The Clone Wars (2008-2014 – 121 episódios) criada por George Lucas

Bibliografia seleccionada

  • VVAA (1999-2003) The New Jedi Order (série) . New York, NY: Del Rey.
  • Luceno, J. (2001) Cloak of Deception. New York, NY: Del Rey.
  • Reaves, M. (2001) Darth Maul: Shadow Hunter. New York, NY: Del Rey.
  • Sherman, D., Cragg, D. (2004) Jedi Trial. New York, NY: Del Rey.
  • Karpyshyn, D. (2006-2009) Darth Bane Trilogy. New York, NY: Del Rey.
  • Denning, T. (2005) Dark Nest Trilogy. New York, NY: Del Rey.
  • VVAA (2006-2008) Legacy of the Force (série). New York, NY: Del Rey.
  • Zahn, T. (2006) Outbound Flight. New York, NY: Del Rey.
  • Luceno, J. (2008) Millennium Falcon. New York, NY: Del Rey.
  • VVAA (2009-2011) Fate of the Jedi (série). New York, NY: Del Rey.
  • Schreiber, J. (2010) Red Harvest. New York, NY: Del Rey.
  • Reaves, M., Maya Kaathryn Bohnhoff, M. K. (2011) Shadow Games. New York, NY: Del Rey.
  • Zahn, T. (2011) Allegiance. New York, NY: Del Rey.
  • Zahn, T. (2011) Choices of One. New York, NY: Del Rey.
  • Luceno, J. (2012) Darth Plagueis. New York, NY: Del Rey.
  • Zahn, T. (2013) Scoundrels. New York, NY: Del Rey.

Banda Desenhada

  • Dark Horse Comics (1999-2014) – Inúmeras colecções

Videojogos selecionados

  • X-Wing Alliance (1999) – Windows
  • Star Wars: Episode I – The Phantom Menace (1999) – Windows, PlayStation
  • Star Wars Episode I: Racer (1999) Windows, Mac, Dreamcast, Nintendo 64
  • Star Wars: Obi-Wan (2001) – Xbox
  • Star Wars: The Clone Wars (2002) (Action) PlayStation 2, GameCube, Xbox
  • Star Wars: Episode II – Attack of the Clones (2002) – Game Boy Advance
  • Star Wars: The New Droid Army (2002) – Game Boy Advance
  • Star Wars: Episode III – Revenge of the Sith (2005) – PlayStation 2, Xbox
  • Star Wars: The Clone Wars – Republic Heroes (2009) – Windows, PlayStation 2, Nintendo DS, PlayStation Portable, Xbox 360, PlayStation 3, Wii
  • Clone Wars Adventures (2010) – Windows, Mac
  • Star Wars: Galactic Battlegrounds (2001) Windows, Mac
  • Star Wars: Starfighter (2001) Windows, PlayStation 2
  • Star Wars Galaxies: An Empire Divided (2003) Windows
  • Star Wars: Knights of the Old Republic (2003) Windows, Xbox, Mac, iOS, Android
  • Star Wars: Battlefront (2004) PlayStation 2, Windows, Xbox, Mac
  • Star Wars: Empire at War (2006) Windows, Mac OS X
  • Star Wars: The Force Unleashed (2008) Windows, Mac OS, Xbox 360, PlayStation 3, PlayStation 2, PlayStation Portable, Wii

Fontes secundárias

Bibliografia

  • Hearn, M. (2005) The Cinema of George Lucas. New York, NY: Harry N. Abrams.
  • Jones, B. J. (2016) George Lucas: A Life. London: Headline Publishing Group.
  • Kline, S. (ed.) (1999) George Lucas: Interviews. Jackson MS: University Press of Mississippi.
  • Laurent Bouzereau, L., Duncan, J. (1999) The Making of Star Wars, Episode I – The Phantom Menace. New York, NY: Del Rey (LucasBooks).
  • Duncan, J. (2002) Mythmaking: Behind the Scenes of Attack of the Clones. New York, NY: Del Rey (LucasBooks).
  • Rinzler J.W. (2005) The Making of Star Wars, Episode III – Revenge of the Sith. New York, NY: Del Rey (LucasBooks).

Website

  • Wookipedia – The Stars Wars Wiki (http://starwars.wikia.com)

Outras referências

Spoofs

  • George Lucas In Love (Joe Nussbaum, 1999)
  • Lego Star Wars: Revenge of the Brick (Royce Graham et al., 2005) [TV]
  • Chad Vader Day Shift Manager (Matt Sloan, Aaron Yonda 2006-2012) [38 episódios de TV]
  • Loucos e Fãs (Fanboys, Kyle Newman, 2009)
  • Robot Chicken Star Wars (Seth Green, 2007, 2008, 2009) [TV]
  • Laugh It Up, Fuzzball: The Family Guy Trilogy (Dominic Polcino e Peter Shin, 2007, 2009, 2010) [TV]
  • Lego Star Wars: The Quest for R2-D2 (Peder Pedersen, 2009) [TV]
  • Lego Star Wars: Bombad Bounty (Peder Pedersen, 2010) [TV]
  • Lego Star Wars: The Padawan Menace (David Scott, 2011) [TV]
  • Lego Star Wars: The Empire Strikes Out (Guy Vasilovich, 2012) [TV]

Universos Paralelos – 5 – A guerra das estrelas de George Lucas Ep. 1

22 Terça-feira Maio 2018

Posted by jc in Universos Paralelos

≈ 1 Comentário

Etiquetas

Cinema, Ficção Científica, George Lucas, Podcast, Segundo Take, Star Wars, Universos Paralelos

A guerra das estrelas de George Lucas Ep. 1

Pode ouvir aqui o quinto episódio de Universos Paralelos:
PODCAST

E ler a respectiva folha de sala aqui:
FOLHA DE SALA

 

Universos Paralelos é um programa da autoria de António Araújo (Segundo Take), José Carlos Maltez (A Janela Encantada) e Tomás Agostinho (Imaginauta), produzido e apresentado mensalmente no podcast Segundo Take.

Subscreva o podcast no iTunes.

Universos Paralelos

Universos Paralelos – 5 – A guerra das estrelas de George Lucas Ep. 1

18 Sexta-feira Maio 2018

Posted by jc in Universos Paralelos

≈ Deixe um comentário

Etiquetas

Cinema, Ficção Científica, George Lucas, Podcast, Segundo Take, Star Wars, Universos Paralelos

Universos Paralelos #05: A guerra das estrelas de George Lucas Ep. 1

Segunda-feira, dia 21 de Maio, chega o quinto episódio de Universos Paralelos, no podcast Segundo Take, da autoria de António Araújo (Segundo Take), José Carlos Maltez (A Janela Encantada) e Tomás Agostinho (Imaginauta).

É a vez de abraçarmos o universo criado por George Lucas na saga Star Wars, que vamos dividir em três partes, a primeira abarcando a construção do universo que decorreu desde 1973 a 1999, e que poderá ser encontrada aqui:
podcast

 

A guerra das estrelas de George Lucas Ep. 1

George Lucas

Pré 1973: Um universo sem guerras nas estrelas

"The Star Wars" - artwork preliminarImaginem, se conseguirem, um mundo sem “A Guerra das Estrelas”. Bem sei que neste momento parece impossível, no entanto tempos houve em que a omnipresença da marca “Star Wars” — entretanto, fomos proibidos de usar o título em português, proibição que me dá especial prazer ignorar — não se fazia sentir, simplesmente porque não existia. O panorama da ficção científica (de pendor mais científico ou de fantasia), depois dos anos formativos do género enquanto expressão na sétima arte, vivia dividido entre a ponderação filosófica que Stanley Kubrick ofereceu em 1968 com “2001: Odisseia no Espaço” (2001: A Space Odyssey) e o escapismo de orçamento relativamente contido e estética duvidosa de filmes como “Fuga no Século XXIII” (Logan’s Run, Michael Anderson, 1976).

Não obstante o filme de Kubrick, este género ainda não tinha ganho o respeito que lhe era devido, e era encarado com desdém pelo mainstream, sendo normalmente apontado a públicos adolescentes de nicho. Em 1971, George Lucas estreou-se na realização de longas-metragens com “THX 1138”, uma obra quase experimental de ficção científica que expandia o seu filme de estudante na USC (University of Southern California). Depois de evitar a descida pessoal aos infernos, ao desistir da realização de “Apocalypse Now” — no que seria uma abordagem radicalmente diferente do que Francis Ford Coppola acabou por fazer —, Lucas revisitou a sua infância em 1973 com “American Graffiti: Nova Geração”. Quando este filme estreou, o norte-americano nascido a 14 de Maio em Modesto, na Califórnia, tinha já começado a escrever aquele que seria o seu próximo projecto: uma aventura espacial baseada numa variedade de filmes, bandas desenhadas e séries televisivas que o tinham impressionado nos seus anos formativos.

1973-1976: O nascimento de uma nova esperança

As influências de Lucas na criação da sua ópera espacial são sobejamente conhecidas, porém incontornáveis. A estrutura narrativa deve muita da sua inspiração ao filme de 1958 de Akira Kurosawa com o título internacional “The Hidden Fortress” (Kakushi-toride no san-akunin), e o conceito de aventuras no espaço deve muito a Flash Gordon, tanto a tira de banda desenhada de Alex Raymond como as suas episódicas aventuras cinematográficas das décadas de trinta e quarenta. “Metropolis” (Fritz Lang, 1927), “A Desaparecida” (The Searchers, John Ford, 1956), “Tora! Tora! Tora!” (Richard Fleischer, Kinji Fukasak, Toshio Masuda, 1970), “Esquadrilha Heróica” (The Dam Busters, Michael Anderson, 1954) e as bandas desenhadas “Weird Fantasy”, “Weird Science”, “Shadow Comics” ou “Amazing Stories” são apenas alguns dos muitos exemplos adicionais de obras que podem também ser listados como tendo permeado a criação do universo em fase embrionária.

Um dos esboços iniciaisPor incrível que possa parecer (mais uma vez), o universo de A Guerra das Estrelas não nasceu totalmente formado e cristalizado. Entre 1973 e 1976, Lucas criou, alterou, experimentou e voltou a alterar (por vezes de forma radical) ideias, personagens, locais, mitologias e acontecimentos narrativos numa busca constante pela criação perfeita. Neste processo fascinante podemos ter um vislumbre do acto criativo de uma mente fervilhante no pico da sua imaginação. Alguns conceitos importantes aparecem imediatamente no rascunho de sinopse datado de 1973, “Journal of the Whills”, como a Ordem Jedi e o Império Galáctico. Desde esse momento, entre os primeiros rascunhos intitulados “The Star Wars” (1973-1974) e as várias versões do argumento em que os títulos reflectem a natureza episódica que se revelou no processo de escrita — Adventures of the “Starkiller. Episode I: The Star Wars” (1975), “The Star Wars: From the Adventures of the Starkiller” (1975), “The Adventures of Luke Starkiller as Taken from the ‘Journal of the Whills’ (Saga I) Star Wars” (1976) — os elementos da história foram surgindo e tomando forma com a ajuda do trabalho de uma equipa de artistas, incluindo os decisivos desenhos conceptuais de Ralph McQuarrie. Luke Skywalker começou por ser um General envelhecido; o herói começou por ser Annikin Starkiller, um Jedi-bendu; a princesa Leia deu lugar a Deak, o irmão do herói, para mais tarde reaparecer; a ordem Jedi esteve para se chamar Dai Nogas; Han Solo esteve para ser um alienígena; conceitos, como os Cavaleiros Sith e os cristais Kiber, foram criados para mais tarde serem abandonados. Alan Dean Foster, o escritor fantasma de George Lucas da adaptação do argumento a ser editada a par com o filme — nesta altura, não era óbvio que este viesse a ter êxito —, foi então encarregue de escrever um romance que pudesse dar origem a uma sequela de baixo orçamento. Esta foi a primeira semente semeada por Lucas de expansão do seu universo por terceiros. Entretanto, depois de umas rodagens atribuladas e de uma ajuda preciosa da esposa Marcia na edição, George Lucas concluiu o seu projecto de sonho à última hora, estreando “A Guerra das Estrelas” nos EUA a 25 de Maio de 1977.

1977-1983: O início de um império

Com o sucesso ao nível planetário, Lucas decide tornar A Guerra das Estrelas numa saga episódica — vulgo franchise. Começam então a surgir as muitas versões contraditórias (incluindo do próprio autor) sobre os planos de filmes que continuariam a saga, bem como daqueles que contariam o que aconteceu antes de conhecermos Luke Skywalker, Leia Organa, Han Solo, Ben «Obi-Wan» Kenobi, Chewbacca, R2-D2, C-3PO e Darth Vader. Ainda em 1977, e não querendo repetir tão cedo o stress da responsabilidade de escrever e realizar um filme do calibre do primeiro, Lucas convidou a veterana Leigh Brackett para escrever um tratamento para o argumento do que então se designou chamar Chapter II ou Star Wars Sequel, a ser realizado pelo também veterano, e antigo professor de Lucas, Irvin Kershner. Lucas fala numa saga épica de doze capítulos e neste segundo episódio introduz a ideia de que Luke Skywalker tem uma irmã. Dada a reacção do público a Darth Vader, decide também explorar esta personagem e expandir o seu mito, e quando a decisão mais importante de toda a saga é tomada — Darth Vader não matou Anakin Skywalker, o pai de Luke; ele é o seu pai! — o conceito da irmã foi abandonado.

A trilogia original Star Wars

Em 1978, Brackett faleceu e Lawrence Kasdan foi convidado para terminar o argumento do segundo episódio, entretanto nomeado The Empire Strikes Back. Paralelamente, a Marvel continuava a sua edição regular de aventuras em banda desenhada iniciada no ano anterior com a adaptação do argumento de Lucas. No que toca a livros (e excluindo adaptações dos filmes), “Splinter of the Mind’s Eye”, a continuação de “A Guerra das Estrelas” de baixo orçamento por Alan Dean Foster, é editada como uma curiosidade, abrindo a porta à edição das séries de livros “The Han Solo Adventures” e “The Lando Calrissian Adventures” nos anos seguintes. Para acabar o ano em beleza e capitalizar o sucesso de A Guerra das Estrelas, estreou no Natal The Star Wars Holiday Special, para posterior vergonha de todos os intervenientes. No ano seguinte, Lucas anuncia que a saga será constituída por nove capítulos — três trilogias —, ao invés de doze, e a derradeira versão do argumento anuncia um capítulo V. Este momento capital define que o novo filme será o capítulo central da segunda trilogia de três, renomeado o primeiro filme para “Episódio IV – Uma Nova Esperança”, e prometendo uma trilogia que contará a história dos jovens Ben Kenobi e Darth Vader. É introduzida também pelo mestre Yoda, uma nova e cativante personagem, a ideia de que haverá, além de Luke, uma outra esperança para os Jedi e para o destino da galáxia. Prosaicamente, este conceito foi introduzido para possibilitar a eventualidade de continuar a saga sem Mark Hamill, ou seja, Lucas não queria que o seu universo dependesse dos seus actores.

Splinter of the Mind's Eye“O Império Contra-Ataca” foi um sucesso e consolidou “A Guerra das Estrelas” como um fenómeno cultural. Com este capítulo, chegaram também os videojogos, tanto nas salas de jogos arcade como em sistemas caseiros a dar os seus tímidos primeiros passos. Prosseguindo os planos para a trilogia central, Kasdan voltou para o argumento do episódio VI, “Revenge of the Jedi” — mais tarde famosamente alterado para “Return of the Jedi” —, um capítulo em que Lucas contratou Richard Marquand para a cadeira de realizador e decidiu voltar a estar mais envolvido. Dando continuidade à sugestão de Yoda no filme anterior, outra decisão sísmica (narrativamente falando) é tomada: Leia é irmã de Luke. Mais uma vez, afunilava-se o universo da saga, mas ampliava-se o impacto e envolvimento emocional com este grupo de personagens. As mil e uma questões e implicações das revelações «Darth Vader é pai de Luke» e «Luke é irmão de Leia» estão no cerne de muitos debates que se continuam a ter sobre esta criação artística, mas é inegável que são também os pilares que transformaram excitantes aventuras espaciais numa saga trágica de trevas e redenção. Excluído do argumento, mas mantido na adaptação literária, está também um momento que capturaria o imaginário de fãs e autores interessados em explorar todos os recantos possíveis deste imenso universo criado por Lucas: a história de origem de Vader numa luta com Kenobi num planeta de lava.

1984-1996: O universo expande-se

A segunda metade da década de oitenta foi um mau período para se ser fã de “A Guerra das Estrelas”, a não ser que se tivesse um computador — nesta altura começaram a ser lançados videojogos com bastante frequência. Lucas decidiu apostar numa vertente mais infantil e lançou, entre 1984 e 1985, dois filmes televisivos que capitalizavam o sucesso dos Ewoks — amados por uns e detestados por outros — junto dos fãs mais novos: “Star Wars: Uma Aventura Ewoks – A Caravana da Coragem” (The Ewok Adventure, John Korty) e “Star Wars: Uma Aventura Ewoks – A Conquista de Endor” (Ewoks: The Battle for Endor, Jim Wheat, Ken Wheat). Estas criaturas peludas e os andróides R2-D2 e C-3PO teriam também as suas séries animadas e as respectivas bandas desenhadas da Marvel. Se as séries não sobreviveram para além de 1986, no ano seguinte também a editora cessaria a publicação de qualquer material ligado a este universo.

A trilogia Thrawn

Subitamente, em 1991, numa altura em que as promessas de mais filmes pareciam goradas, o universo criado por George Lucas começou a expandir-se. A Dark Horse começou a editar bandas desenhadas Star Wars, dando início com a série “Dark Empire”, escrita por Tom Veitch e ilustrada por Cam Kennedy. E, talvez mais decisivo para o reavivar da chama da saga, é editado o livro “Herdeiro do Império”, o primeiro capítulo da “Trilogia Thrawn” escrita por Timothy Zahn. A partir deste momento, estavam abertas as portas para o desenvolvimento de narrativas complementares que vieram a desenhar o que se convencionou chamar de Universo Expandido do Star Wars. Por indicação do próprio Lucas, estas histórias tentavam desenhar acontecimentos posteriores à saga cinematográfica. O criador reservava, assim, o passado para explorar nas prometidas «prequelas».

As Sombras do ImpérioTalvez um dos momentos mais significativos deste período tenha sido “As Sombras do Império” — uma aventura com Luke, Leia, Lando e Chewbacca numa tentativa de salvar Han Solo congelado em carbonite, passada entre os episódios V e VI, portanto. Este foi um projecto multiplataforma constituído por um videojogo (para a Nintendo 64 e Windows), uma banda desenhada escrita por John Wagner e ilustrada por Kilian Plunkett, um livro da autoria de Steve Perry e uma banda sonora composta por Joel McNeely com uma capa ilustrada por Drew Struzan. Neste período, surgiram também alguns videojogos que ajudaram a revitalizar a relação dos fãs com a “A Guerra das Estrelas”, providenciando experiências cada vez mais imersiva: “X-Wing” (1993), “TIE Fighter” (1994), “Star Wars: Dark Forces” (1995) são alguns dos exemplos de títulos que catapultavam o jogador directamente para a acção.

1997-1999: A ameaça canónica

Apesar do Universo Expandido ser constituído por material produzido ou licenciado pela Lucasfilm, que controlava, na medida do possível, a consistência das obras produzidas no sentido de manter uma visão canónica do mesmo, George Lucas reservou o direito de se inspirar nas ideias desenvolvidas por terceiros ou até vir a contradizê-las. Tanto os livros como as bandas desenhadas e os videojogos não pararam de crescer e de se inspirarem mutuamente — veja-se “Star Wars: Mara Jade: By the Emperor’s Hand”, uma série de bandas desenhadas escrita por Timothy Zahn e Michael A. Stackpole e ilustrada por Carlos Ezquerra, baseada na popular personagem criada por Zahn na sua “Trilogia Thrawn”, por exemplo, ou as séries de livros “Dark Forces” e “X-Wing” baseadas nos respectivos videojogos.

A trilogia original

Com o renovado interesse do público manifestado pelo rápido crescimento destes títulos, Lucas recuperou a ideia de avançar com os três primeiros episódios da saga que tinha ficado orfã de um primeiro acto. Como prova de conceito, no sentido de testar o estado da arte dos efeitos especiais para comprovar que estavam à altura da sua imaginação, surgem em 1997 as edições especiais dos filmes da trilogia que agora começava a ser referida como a original. Perfeccionista até ao fim, Lucas, que nunca se tinha coibido de introduzir alterações sempre que “A Guerra das Estrelas”, “O Império Contra-Ataca” ou “O Regresso de Jedi” eram editados no mercado caseiro, revelou cenas novas e actualizadas digitalmente nos três filmes. As polémicas vieram mais tarde. Na altura, qualquer Star Wars adicional era Star Wars bem-vindo. E, por muito que se prezasse todo o Universo Expandido que nos tinha sustentado até então, não havia livro, banda desenhada ou videojogo que mitigasse a ansiedade provocada pela ideia de voltar pela mão do próprio criador a um tempo longínquo e a uma galáxia muito distante no grande ecrã…

António Araújo, Março de 2018

 

Fontes primárias

Cinema

  • A Guerra das Estrelas (Star Wars, George Lucas, 1977)
  • O Império Contra-Ataca (Star Wars: Episode V – The Empire Strikes Back, Irvin Kershner, 1980)
  • O Regresso de Jedi (Star Wars: Episode VI – Return of the Jedi, Richard Marquand, 1983)

Televisão

  • O Especial de Natal de Star Wars (The Star Wars Holiday Special, 1978)
  • Star Wars: Uma Aventura Ewoks – A Caravana da Coragem (The Ewok Adventure, John Korty, 1984)
  • Star Wars: Uma Aventura Ewoks: A Conquista de Endor (Ewoks: The Battle for Endor, Jim Wheat e Ken Wheat, 1985)
  • Ewoks (1985-1987 – 26 episódios)
  • Star Wars: Droids (1985-1986 – 14 episódios)

Bibliografia seleccionada

  • Foster, A. D. (1978) Splinter of the Mind’s Eye. New York, NY: Del Rey.
  • Daley, B. (1979-1980) The Han Solo Adventures Trilogy. New York, NY: Del Rey.
  • Smith, L. N. (1983) The Adventures of Lando Calrissian Trilogy. New York, NY: Del Rey.
  • Zahn, T. (1991-1993) Star Wars: Thrawn Trilogy. New York, NY: Bantam Spectra. [com edição portuguesa pela Europa-América].
  • Tyers, K. (1994) The Truce at Bakura. New York, NY: Bantam Spectra. [com edição portuguesa pela Europa-América].
  • Wolverton, D. (1994) The Courtship of Princess Leia. New York, NY: Bantam Spectra. [com edição portuguesa pela Europa-América].
  • Anderson Kevin J. (1994) The Jedi Academy Trilogy. New York, NY: Bantam Spectra.
  • McIntyre, V. N. (1994) The Crystal Star. New York, NY: Bantam Spectra.
  • Allen, R. M. (1995) The Corellian Trilogy. New York, NY: Bantam Spectra.
  • Hambly, B., Anderson, K. J. (1995-1997) The Callista Ming Trilogy. New York, NY: Bantam Spectra.
  • Perry, S. (1996) Shadows of the Empire. New York, NY: Bantam Spectra. [com edição portuguesa pela Europa-América].
  • Rusch, K. K. (1996) The New Rebellion. New York, NY: Bantam Spectra.
  • Crispin, A. C. (1997-1998) The Han Solo Trilogy. New York, NY: Bantam Spectra.
  • Hambly, B. (1997) Planet of Twilight. New York, NY: Bantam Spectra.
  • Zahn, T. (1997-1998) The Hand of Thrawn Duology. New York, NY: Bantam Spectra.
  • Stackpole,M. A. (1998) I, Jedi. New York, NY: Bantam Spectra.
  • Jeter, K. W. (1998-1999) The Bounty Hunter Wars Trilogy. New York, NY: Bantam Spectra.

Banda Desenhada

  • Marvel Comics (1977-1986) – Inúmeras colecções
  • Dark Horse Comics (1991-1999) – Inúmeras colecções

Videojogos

  • X-Wing (Totally Games, 1993, LucasArts)
  • TIE Fighter (Lawrence Holland e Edward Kilham, 1994, LucasArts)
  • Dark Forces (Daron Stinnett, Ray Gresko e Justin Chin, 1995, LucasArts)
  • Shadows of the Empire (Mark Haigh-Hutchinson, 1996, LucasArts)
  • Jedi Knight: Dark Forces II (Justin Chin, 1997, LucasArts)

Jogos Roleplay

  • Star Wars: The Roleplaying Game (West End Games, 1987–1999)

Bandas Sonoras

  • Star Wars (John Williams, 1977)
  • The Empire Strikes Back (John Williams, 1981)
  • Return of the Jedi (John Williams, 1983)
  • Shadows of the Empire (Joel McNeely, 1996)

Fontes secundárias

Bibliografia

  • Bouzereau, L. (1997) The Annotated Screenplays. New York, NY: Del Rey.
  • Hearn, M. (2005) The Cinema of George Lucas. New York, NY: Harry N. Abrams.
  • Jones, B. J. (2016) George Lucas: A Life. London: Headline Publishing Group.
  • Kaminski, M. (2008) The Secret History of Star Wars. Legacy Books Press.
  • Kline, S. (ed.) (1999) George Lucas: Interviews. Jackson MS: University Press of Mississippi.
  • Rinzler, J. W. (2016) Making of Star Wars, A Guerra das Estrelas. Lisboa: Planeta Manuscrito.
  • Rinzler, J. W. (2016) Making of Star Wars, O Império Contra-Ataca. Lisboa: Planeta Manuscrito.
  • Rinzler, J. W. (2013) The Making of Return of the Jedi. Published by Aurum Press.

Website

  • Wookipedia – The Stars Wars Wiki (http://starwars.wikia.com)

Outras referências

Filmes

  • Metrópolis (Metropolis, Fritz Lang, 1927)
  • Planeta Proibido (Forbidden Planet, Fred M. Wilcox, 1956)
  • The Hidden Fortress (Kakushi-toride no san-akunin, Akira Kurosawa, 1958)
  • 21-87 (Arthur Lipsett, 1964)
  • 2001: Odisseia no Espaço (2001: A Space Odissey, Stanley Kubrick, 1968)
  • THX 1138 (George Lucas, 1971)
  • Fuga no Século XXIII (Logan’s Run, Michael Anderson, 1976)

Outras referências

Séries

  • O Dragão de Fogo (Flash Gordon, Frederick Stephani e Ray Taylor, 1936 – 13 episódios)
  • O Planeta Destruidor (Flash Gordon’s Trip to Mars, Ford Beebe, Robert F. Hill e Frederick Stephani, 1938 – 15 episódios)
  • A Guerra do Ano 2000 (Buck Rogers, Ford Beebe e Saul A. Goodkind, 1939 – 12 episódios)
  • A Conquista do Universo (Flash Gordon Conquers the Universe, Ford Beebe e Ray Taylor, 1940 – 12 episódios)
← Older posts

Procurar

Podcast: Universos Paralelos

Universos Paralelos

Do mesmo autor

Outras críticas do autor

Blogs Portugal

Blogs Portugal

Ciclos

  • Alexander Sokurov (Cinema XXI) (5)
  • Alfred Hitchcock (55)
  • Andrei Tarkovsky (9)
  • As minhas listas (67)
  • Audrey Hepburn (Divas III) (21)
  • Béla Tarr (Cinema XXI) (5)
  • Cineclubes (9)
  • Cinema mudo escandinavo (19)
  • Clássicos dos anos 20 (26)
  • Danny Kaye (Reis da comédia V) (17)
  • Dramaturgos em Hollywood (21)
  • Ealing Comedies (Reis da comédia VI) (9)
  • Era dourada do cinema japonês (21)
  • Especial Natal (43)
  • Espiões na Guerra Fria (21)
  • Expressionismo Alemão (15)
  • Fantasmas do antigo Japão (11)
  • Federico Fellini (22)
  • Film Noir (32)
  • Filmtwist (5)
  • Fora da Janela (43)
  • Greta Garbo (Divas II) (26)
  • Hoje escrevo eu (14)
  • Hollywood no cinema (19)
  • Informação (35)
  • Ingmar Bergman (45)
  • Ingrid Bergman (Divas IV) (23)
  • Irmãos Marx (Reis da comédia I) (15)
  • Jean-Claude Brisseau (Cinema XXI) (7)
  • Jerry Lewis (Reis da Comédia IV) (16)
  • Jia Zhangke (Cinema XXI) (6)
  • John Cassavetes (3)
  • Longas da comédia muda (22)
  • Macabro de Dario Argento (20)
  • Marilyn Monroe (Divas I) (15)
  • Martin Scorsese (26)
  • Música Clássica e Cinema (16)
  • Mel Brooks (Reis da Comédia III) (13)
  • Mestres de ficção científica (26)
  • Michael Haneke (Cinema XXI) (7)
  • Monty Python (Reis da comédia II) (14)
  • Neo-realismo Italiano (17)
  • New Hollywood (25)
  • Nouvelle Vague (29)
  • Nova Hammer (10)
  • Nuri Bilge Ceylan (Cinema XXI) (6)
  • O apogeu do gore (31)
  • O Gótico da Hammer (43)
  • O meu Ciclo (27)
  • Os filhos do Neo-realismo (38)
  • Os pintores e o cinema (18)
  • Pablo Larraín (Cinema XXI) (5)
  • Paolo Sorrentino (Cinema XXI) (5)
  • Passatempos (1)
  • Piratas e corsários (17)
  • Primeira Guerra Mundial (26)
  • Rainer Werner Fassbinder (38)
  • Realismo poético francês (15)
  • Robert Bresson (15)
  • Spaghetti com S de Sergio (14)
  • Surrealismo no cinema (23)
  • Sword & sandal (21)
  • Terror de Vincent Price (33)
  • Terror gótico italiano (28)
  • Terror satânico (15)
  • Tsai Ming-liang (Cinema XXI) (5)
  • Uncategorized (1)
  • Universos Paralelos (83)
  • URSS e revolução (15)
  • Woody Allen (53)
  • Wuxia moderno (17)
  • Xavier Dolan (Cinema XXI) (7)

Revista Take

Cineclubes

  • Cine Clube de Viseu
  • Cine-Clube da Ilha Terceira
  • Cine-Clube de Avanca
  • Cineclube Aurélio da Paz dos Reis
  • Cineclube de Santarém
  • Cineclube de Tavira
  • Cineclube de Telheiras
  • ZOOM – Cineclube de Barcelos

Sites Internacionais

  • All Movie Guide
  • All Things Horror
  • American Film Institute
  • British Film Institute
  • Cahiers du Cinema
  • Critics' Picks – NY Times
  • Imdb
  • Oscars
  • Roger Ebert
  • Rotten Tomatoes
  • The Greatest Films

Blogs que sigo

  • Rookies Portugal
  • girl on film
  • "May the CINEMA be with you..."
  • Matinée Portuense
  • Última Sessão
  • Jump Cuts
  • Cinema 7ª Arte
  • there's something out there
  • The Short Guide to Movies
  • PixelHunt
  • Cinemaville
  • brain-mixer
  • MovieWagon
  • Créditos Finais
  • vício frenético
  • girl on film
  • Sala3
  • O Homem Que Sabia Demasiado
  • OUT
  • Some like it cool
  • CinEuphoria
  • memento mori
  • companhia das amêndoas
  • À pala de Walsh
  • Bateman's critics
  • Cine Resort
  • Antestreia
  • Rick's Cinema
  • O Narrador Subjectivo
  • My Two Thousand Movies
  • Hoje vi(vi) um filme
  • Um Dia fui ao Cinema
  • Split Screen
  • Portal Cinema
  • Cinematograficamente Falando ...
  • CinemaXunga
  • Cinema Notebook
  • CINE 31
  • CINEBLOG
  • Not a film critic
  • POR UM PUNHADO DE EUROS
  • Alucards Corner
  • La Amora

Etiquetas

Acção Alfred Hitchcock Animação Audrey Hepburn Aventura Biopic Burlesco Christopher Lee Ciclos Cinema Cinema alemão Cinema chinês Cinema escandinavo Cinema Francês Cinema italiano Cinema japonês Cinema Mudo Cinema soviético Cinema sueco Comédia Comédia Dramática Comédia Muda Comédia Musical Comédia Romântica Dario Argento Drama Drama Criminal Drama familiar Era dourada do cinema japonês Espionagem Expressionismo Fantasia Farsa Federico Fellini Ficção Científica Filme de época Filme Histórico Filme sobre Cinema Film Noir Gore Greta Garbo Guerra Guerra Fria Gótico Gótico Italiano Hammer Hollywood Ingmar Bergman Ingrid Bergman Martin Scorsese Max Von Sydow Musical Natal Neo-realismo Italiano New Wave of Hollywood Nouvelle Vague Novo cinema alemão Peter Cushing Pintura Piratas Podcast Policial Primeira Guerra Mundial Rainer Werner Fassbinder Romance Segundo Take Surrealismo Terror Thriller Universos Paralelos Vampiros Vincent Price Weimar Western Woody Allen

Escreva aqui o seu endereço de email e receba notificações de novos posts por email.

Junte-se a 171 outros seguidores

  • 680.200 visitas

Links RSS

RSS Feed RSS - Artigos

RSS Feed RSS - Comentários

Julho 2022
D S T Q Q S S
 12
3456789
10111213141516
17181920212223
24252627282930
31  
« Jun    

Create a free website or blog at WordPress.com.

Rookies Portugal

girl on film

"May the CINEMA be with you..."

Matinée Portuense

Última Sessão

Blog de cinema

Jump Cuts

Cinema 7ª Arte

there's something out there

The Short Guide to Movies

PixelHunt

Video games and beyond!

Cinemaville

Uma webzine de olhos bem abertos

brain-mixer

MovieWagon

Um outro olhar sobre o cinema

Créditos Finais

vício frenético

Um blog de Ronald Perrone

girl on film

Sala3

O Homem Que Sabia Demasiado

OUT

Some like it cool

CinEuphoria

memento mori

companhia das amêndoas

À pala de Walsh

Bateman's critics

Cine Resort

Antestreia

Rick's Cinema

O Narrador Subjectivo

My Two Thousand Movies

Hoje vi(vi) um filme

Um Dia fui ao Cinema

Split Screen

Portal Cinema

Cinematograficamente Falando ...

CinemaXunga

Cinema Notebook

CINE 31

CINEBLOG

Not a film critic

POR UM PUNHADO DE EUROS

Alucards Corner

Devaneios de Alucard

La Amora

por Thaís dos Reis

Privacy & Cookies: This site uses cookies. By continuing to use this website, you agree to their use.
To find out more, including how to control cookies, see here: Cookie Policy
  • Seguir A Seguir
    • A janela encantada
    • Junte-se a 171 outros seguidores
    • Already have a WordPress.com account? Log in now.
    • A janela encantada
    • Personalizar
    • Seguir A Seguir
    • Registar
    • Iniciar sessão
    • Denunciar este conteúdo
    • Ver Site no Leitor
    • Manage subscriptions
    • Minimizar esta barra
 

A carregar comentários...