<< página 1: Surrealismo no Cinema
página 3: a lista de filmes >>
1. O Surrealismo na Arte: algumas galerias online
– Art Lex
– The Art Story
– Metropolitan Museum of Art
– Museum of Modern Art
2. Bibliografia aconselhada sobre o surrealismo no cinema
O Surrealismo:
- ADES, Dawn – Dada and Surrealism Reviewed. London: Arts Council of Great Britain, 1978.
- ALEXANDRIAN, Sarane – Surrealist Art. New York, NY: Thames & Hudson, 1985.
- BRADLEY, Fiona – Surrealismo. Lisboa: Editorial Presença, 2000.
- BRETON, André – Manifestoes of Surrealism. Ann Arbor, MI: University of Michigan Press, 1969.
- CHAVOT, Pierre – Abcedário do surrealismo. Lisboa: Público DL, 2003.
- DUPLESSIS, Yvonne – O Surrealismo. Mem-Martins: Inquérito, 2009.
- DUROZOI, Gérard – O Surrealismo. Coimbra: Edições Almedina, 1976.
- FORTINI, Franco – O Movimento Surrealista (2ª edição). Lisboa : Editorial Presença, 1980.
- KLINGSÖHR-LEROY, Cathrin – Surrealismo. Köln: Taschen, 2010.
- BRANDON, Ruth – Surreal Lives: The Surrealists, 1917–1945. London: Macmillan, 1999.
- MUNDY, Jennifer (ed.) – Surrealism: Desire Unbound. Exhibition catalogue. London: Tate Publishing, 2001.
- RUBIN, William S. – Dada and Surrealist Art. New York, NY: Abrams, 1968.
O Surrealismo e o Cinema:
- KOVACS, Steven – From Enchantment to Rage: The Story of Surrealist Cinema. London: Farleigh Dickenson UP, 1980.
- KUENZLI, Rudolf E. (ed.) – Dada and Surrealist Film. New York, NY: Willis, Locker and Owens, 1987.
- MATTHEWS, J. H. – Surrealism in Film. Ann Arbor, MI: University of Michigan Press, 1971.
- SHORT, Robert – The Age of Gold: Surrealist Cinema. London: Creation Books, 2003.
- WILLIAMS, Linda – Figures of Desire: A Theory and Analysis of Surrealist Film. Urbana, IL: University of Illinois Press, 1981.
3. Personalidades do Surrealismo
Sigmund Freud (1856–1939)
Psicólogo
Neurologista austríaco de origem judia, que pelos seus estudos sobre sobre o subconsciente e mecanismos de repressão, e pelas terapêuticas sugeridas como forma de aceder áreas menos conhecidas da mente humana, é considerado o pai da psicanálise, e um dos maiores vultos da psicologia.
Sem estar ligado ao movimento surrealista proprimanete dito, Sigmund Freud é uma força inspiradora do movimento. Para Freud a mente humana é formada por áreas que estão ligadas a desejos primários (nomeadamente desejos de ordem sexual), os quais são reprimidos, e por isso de difícil acesso de forma consciente.
Para Freud os mecanismos de repressão podiam ser torneados em determinadas circunstâncias, as quais permitiam aceder a essas áreas do subconsciente, de modo a resolver conflitos que possam pôr em causa o bem estar da pessoa. Para tal Freud postulou sobre a interpretação de sonhos, a hipnose, a livre associação, etc., comentando a importância da educação, sexualidade, arte e religião.
É esse novo mundo do pensamento aberto pelo trabalho de Freud que inspirará os surrealistas.
André Breton (1896–1966)
Escritor, Poeta, Ensaísta
Nascido na Normandia, e estudante de medicina e psiquiatria, o autor francês Andre Breton é considerado o fundador do movimento surrealista, que definiu no seu primeiro Manifesto Surrealista, de 1924.
Breton iniciou-se nas letras, escrevendo na revista Littérature em 1919, com Louis Aragon e Philippe Soupault, seus futuros colegas do movimento. Com a sua obra Les Champs Magnétiques, escrita com Soupault, Breton inaugurou aquilo a que chamou a a escrita automática, que consistia em associações livres. Em 1924 fundou a revista La Révolution Surréaliste, na qual reuniu vários autores sensíveis ao novo movimento.
Com a II Guerra Mundial, e a ocupação de França Breton, um comunista, viajou e trabalhou no continente americano. Após a guerra voltou a França, batendo-se sempre pelas suas posições políticas.
André Breton funcionou sempre como um regulador do surrealismo, ajudando a criar congressos e exposições internacionais, deixando uma vasta obra literária, onde se incluem diversos ensaios sobre esta corrente artística.
Paul Éluard (1895–1952)
Poeta
Paul Éluard foi um famoso poeta francês e um dos fundadores do movimento surrealista.
De saúde frágil, Éluard conheceu a esposa Gala (futura Gala Dalí) num sanatório suíço, numa fase em que começava a escrever poesia. Foi em 1918 apresentado a André Breton, e passou a viver em menage a trois com Gala e o pintor dadaísta e surrealista alemão, Max Ernst, frequentando os círculos surrealistas.
Durante a II Guerra Mundial Éluard lutou na resistência e dedicou vários poemas a esse período. Éluard tornou-se um fervoroso comunista, e adepto do stalinismo, o que o levou a separar-se dos surrealistas, tradicionalmente trotskistas. Éluard deixou uma vasta obra poética e política.
Antonin Artaud (1896–1948)
Dramaturgo, Poeta, Actor, Director de Teatro, Ensaísta
Nascido em Marselha, mas de ascendência grega, Artaud cresceu por entre uma série de problemas de saúde incluindo diversos episódios de depressão. Após uma estadia no exército, em 1920 Artaud rumou a Paris e destacou-se sobretudo pela sua carreira ligada ao teatro.
Artaud aderiu ao surrealismo, e interessado no cinema, escreveu o argumento de “La Coquille et le Clergyman”, como exemplo do que deveria ser um filme surrealista. Este argumento viria a ser filmado por Germaine Dulac em 1928.
Artaud esteve ainda ligado a companhias de dança, e as suas companhias actuaram em diversos países.
Francis Picabia (1879–1953)
Pintor, Poeta
Francis Picabia foi um artista francês de pai cubano, ligado a diversas correntes avant-garde, como o Cubismo, o Dadaísmo e o Surrealismo.
Começando a sua carreira em 1903, Picabia foi influenciado primeiro pelo Impressionismo, depois pelo Cubismo, tornando-se figura de proa do Dadaísmo. Aproximou-se depois ao grupo de André Breton, e nesse período colaborou com René Clair na produção do filme “Entr’acte” (1924), hoje considerado um dos primeiros filmes surrealistas.
Man Ray (1890–1976)
Fotógrafo, Pintor, Realizador
Nascido Emmanuel Radnitzky, Man Ray foi um artista modernista americano de origem judia, radicado em França. Man Ray esteve envolvido em diversas artes visuais, integrando movimentos como o Dadaísmo e o Surrealismo, dos quais foi um dos principais impulsionador.
Ray iniciou a carreira como ilustrador e artista comercial nos Estados Unidos, tendo começado a exibir a sua arte em Nova Iorque, onde conheceu e colaborou com o surrealista Marcel Duchamp. Em 1921 Ray mudou-se para França tornando-se amigo e colaborador de outros vultos do avant-garde francês.
O seu interesse pelas novas técnicas levaram-no a realizar vários filmes avant-garde.
Salvador Dalí (1904–1989)
Pintor
Nascido na Catalunha, Dalí é um dos vultos mais facilmente identificáveis da pintura surrealista. Depois de ter experimentado com o Cubismo e o Dadaísmo, Dalí rumou a Paris, como antes de si tinham feito Pablo Picasso e Juan Miró, para contactar de perto com os mais recentes movimentos artísticos.
Dalí juntou-se ao movimento surrealista, fazendo amizade com Breton e outros surrealistas, tendo mesmo casado com Gala, ex-mulher do também surrealista Paul Éluard, sua musa para o resto da vida. Ainda em Paris, com o também espanhol Luis Buñuel, Dalí experimentou com o cinema, escrevendo e realizando os filmes “Um Cão Andaluz” (Un Chien Andalou, 1929) e “L’Age d’Or” (1930).
A sua ligação à direita política, e apoio ao regime de Franco em Espanha levou à sua expulsão do movimento surrealista em 1934. Mas nem por isso Dalí deixou pintar peças surrealistas ou de participar em exposições internacionais votadas ao movimento.
A sua vasta obra e universo visual são hoje bastante icónicas, e o seu simbolismo facilmente reconhecível.
Luis Buñuel (1900-1983)
Realizador
Luis Buñuel nasceu em Aragão, na Espanha, para se tornar um dos mais famosos realizadores de todos os tempos, com obra em França, Espanha e México e o reconhecimento da crítica e dos seus pares, que o consideram como uma influência incontornável.
Tal como tantos outros artistas do início do século XX, Buñuel rumou a Paris em 1925, e aí se tornou figura de proa do Surrealismo. O seu interesse pelo cinema levou-o a entrar ao serviço de Jean Epstein, para quem trabalhou em vários filmes. Juntamente com Salvador Dalí, Buñuel veio a explorar os seus imaginários pessoais nos filmes “Um Cão Andaluz” (Un Chien Andalou, 1929) e “L’Age d’Or” (1930), que lhe valeram o reconhecimento de André Beton, e o colocaram como o realizador surrealista por excelência.
A sua militância comunista levou-o a afastar-se de Dalí e, com a guerra cvil espanhola, a deixar a Europa. Durante 20 anos Buñuel trabalhou no México, tendo mais tarde voltado a França. Tenha sido em filmes experimentais, documentários, dramas, sátiras, musicais, comédias, fantasias, filmes eróticos, ou mesmo no western, Buñuel cunhou um estilo próprio, onde frequentemente usava elementos surrealistas.
Entre os seus filmes mais famosos encontram-se “Los Olvidados” (1950), “Viridiana” (1961), “O Anjo Exterminador” (1962, El Ángel Exterminador), “Simão do Deserto” (Simón del Desierto, 1965), “A Bela de Dia” (Belle de Jour, 1967), “Tristana, Amor Perverso” (Tristana, 1970), “O Charme Discreto da Burguesia” (Le Charme Discret de la Bourgeoisie, 1972), “O Fantasma da Liberdade” (Le Fantôme de la Liberté, 1974) e “Este Obscuro Objecto do Desejo” (Cet Obscur Objet du Désir, 1977).
<< página 1: Surrealismo no Cinema
página 3: a lista de filmes >>