O Expressionismo Alemão – Apêndices

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1. Bibliografia aconselhada sobre o cinema expressionista alemão

  • ALLEN, Jerry C. – Conrad Veidt: From Caligari to Casablanca. Pacific Grove, CA: Boxwood Press, 1993 (1ª ed., 1987).
  • BARLOW, John D – German Expressionist Films. Boston: Twayne Publishers, 1982.
  • EISNER, Lotte – Murnau. London: Secker and Warburg, 1973 (1ª ed., 1964).
  • EISNER, Lotte – The Haunted Screen: Expressionism in the German Cinema and the Influence of Max Reinhardt. Second Edition. Berkekey, CA: University of California Press, 2008 (1ª ed., 1974).
  • EISNER, Lotte – Fritz Lang (New Edition). New York, NY: Da Capo Press, 1986 (1ª ed., 1976).
  • GUNNING, Tom – The Films of Fritz Lang: Allegories of Vision and Modernity. London: British Film Institute, 2000.
  • GREENCINE – German Expressionism. [em linha] David Hudson, actual. 2005-2006 [consult. 2012]. Disponível na Internet <URL: http://www.greencine.com >
  • ISENBERG, Noah (Ed.) – Weimar Cinema: An Essential Guide to Classic Films of the Era. New York, NY: Columbia University Press, 2009.
  • JENKINS, Stephen – Fritz Lang: The Image and the Look. London: BFI Publishing, 1981.
  • KARDISH, Laurence – Weimar Cinema 1919-1933: Daydreams And Nightmares. New York, NY: The Museum of Modern Art, 2010.
  • KRACAUER, Siegfried – From Caligari to Hitler: A Psychological History of the German Film. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2004 (1ª ed., 1947).
  • MADEIRA, Maria João (Ed.) – Murnau – As Folhas da Cinemateca. Lisboa: Cinemateca Portuguesa, 2011.
  • McGILLIGAN, Patrick – Fritz Lang: The Nature of the Beast. New York, NY: St Martins Press, 1997.
  • MINDEN, Michael; BACHMANN, Holger (eds.) – Fritz Lang’s ‘Metropolis’: Cinematic Visions of Technology and Fear. Rochester, NY: Camden House, 2000.
  • MURNAU. Lisboa: Cinemateca Portuguesa, 1989.
  • RENTSCHLER, Eric – The Films of G. W. Pabst: An Extraterritorial Cinema. New Brunswick, NJ: Rutgers University Press, 1990.
  • RODRIGUES, António Rodrigues [et al.] – Fritz Lang – As Folhas da Cinemateca. Lisboa: Cinemateca Portuguesa, 1996.
  • SHEPARD, Jim. Nosferatu. New York, NY: Alfred A. Knopf, 1998.
  • SOISTER, John T. – Conrad Veidt on Screen: A Comprehensive Illustrated Biography. Jefferson, NC: McFarland & Co., 2002.
  • VINCENDEAU, Ginette (Ed.) – Encyclopedia of European Cinema. Londres: BFI Publishing, 1995.

2. Personalidades do cinema expressionista alemão

Robert Wiene (1873-1938)
Realizador

Robert WieneEmbora dirigindo várias dezenas de filmes, Robert Wiene ficaria para a história como o realizador de “O Gabinete do Dr. Caligari” (1920), o filme que colocou o cinema expressionista alemão no mapa internacional, e ajudou a estabelecer essa nova linguagem cinematográfica. Para além deste filme, Wiene realizou ainda outras obras importantes para o género, como “Genuine” (1920), “Raskolnikow” (1923) e “Orlacs Hände” (1924). Com a II Guerra Mundial, Wiene deixou a Alemanha, mas morreria enquanto trabalhava no seu projecto seguinte “Ultimatum”, terminado por Robert Siodmak em 1938. Os seus cenários fortemente estilizados, perspectivas irreais, histórias plenas de simbolismo, interpretação usando movimentos não naturais, criaram uma linguagem própria, e o seu universo visual encontra-se ainda hoje bem visível, em obras de realizadores modernos, como Tim Burton.

Paul Wegener (1874-1948)
Realizador

Paul WegenerTal como outros realizadores e actores da sua geração, Paul Wegener começou a carreira artística como actor na companhia de Max Reinhardt, e estreou-se na realização, em 1913, com “O Estudante de Praga”, que também escreveu e interpretou, como seria hábito nos seus filmes. Com propensão para histórias fastásticas ou místicas, Wegener ganhou aclamação pela sua trilogia sobre o mito judeu do Golem, do qual hoje só resta o terceiro filme “Der Golem, wie er in die Welt kam” (1920). Com o advento do Nazismo, Wegener trabalhou nalguns projectos de propaganda. A sua carreira no pós-guerra foi praticamente esquecida.

F. W. Murnau (1888-1931)
Realizador

F. W. MurnauNascido em Bielefeld, Friedrich Wilhelm Murnau foi um dos mais influentes realizadores do cinema expressionista alemão. Após estudar arte e filosofia, Murnau foi actor na célebre companhia de Max Reinhardt, e trouxe para o seu cinema a influência do palco, visível no modo de dirigir os actores. Embora dos seus 21 filmes só 12 tenham sobrevido, entre eles encontram-se obras incontornáveis como “Nosferatu” (1922), “Fantasma” (1922, “O Último dos Homens” (1924), “Tartufo” (1926) e “Fausto” (1926). Com “O Último dos Homens” Murnau aderiu ao chamado Kammerspielfilm, um nome para definir dramas mais intimistas, e fez uso de movimentos de câmara inocadores, como ponto de vista subjectivo, câmaras suspensas e outros movimento complicados. Os seus temas, como habitual no expressionismo alemão, tinham um tom pessimista, de crítica social, sob a forma de metáforas, por vezes de inspiração fantasiosa ou mitológica, mas sempre com enorme sentido de realismo na sua mensagem. No final dos anos 20, Murnau emigrou para os Estados Unidos, onde filmou vários filmes para a Fox, incluíndo o muito aclamado “Aurora” (1927). O seu estilo tem sido admirado e estudado por muitos realizadores que ainda hoje o citam como influência, pela sua arte de criar movimento com luz e sombra.

Fritz Lang (1890-1976)
Realizador

Fritz LangFriedrich Christian Anton “Fritz” Lang foi um realizador austríaco, que começou a filmar em 1919. “A Morte Cansada” (1921), “Dr. Mabuse” (1922), “Os Nibelungos” (1924), “Metrópolis” (1927) , “M” (1931), “O Testamento de Dr. Mabuse” (1933) tornaram-no um realizador conhecido em todo o mundo, por combinar vários elementos da linguagem expressionista construíndo filmes com uma modernidade incomparável, desde thrillers a ficção científica, passando pela alegoria e mitologia. Lang casou em 1924 com Thea van Harbou, argumentista com quem trabalhou em todos os seus filmes desde aí até 1933. Com o advento do Nazismo Lang, de mãe judia concertida ao catolicismo, deixou a Europa, e radicou-se em Hollywood, separando-se da mulher, uma adepta do Nazismo. Aí seria um dos responsáveis pelo estabalecer do chamado Film Noir, para que contribuiu com obras como: “The Woman in the Window” (1944), “The Big Heat” (1953) e “While the City Sleeps” (1956). Nelas Lang continuava a trabalhar o lado negro desespero e isolamento da alma humana, que trouxera da sua fase expressionista. Apontado como influência por cineastas como Alfred Hitchcock, Michael Powell, Jacques Tourneur, Jean-Luc Godard, Orson Welles, Ridley Scott, etc. No final da sua carreira Fritz Lang regressaria à Alemanha após a guerra para filmar os seus últimos filmes: “Der Tiger von Eschnapur” e “Das indische Grabmal (O Túmulo Índio) ambos de 1959 e o terceiro filme da trilogia de Dr. Mabuse “Die Tausend Augen des Dr. Mabuse” (O Diabólico Dr. Mabuse) de 1960.

Erich Pommer (1889-1966)
Produtor

Erich PommerErich Pommer começou a trabalhar na indústria cinematográfica aos 18 anos, em Paris. Em 1915 fundou a sua companhia, a Decla-Film-Gesellschaft-Holz & Co. (Deutsche Eclair), que produzia principalmente filmes de aventuras, policiais, dramas e sátiras sociais. A Decla fundiu-se em 1920 com a German Bioscop AG, formando a Decla Bioscop AG, que se tornou a segunda maior produtora alemã, com estúdios próprios e uma cadeia de salas de cinema. Uma das suas subsidiárias, a Uco-Film GmbH dedicava-se então às produções a partir de textos de alto valor artístico, e nela surgiam os nomes de F. W. Murnau e Fritz Lang. O prestígio de Pommer aumentava, pois como responsável pelo recrutamento da companhia, reuniu consigo realizadores como Carl Froelich e Fritz Wendhausen, argumentistas como Thea von Harbou, Carl Mayer, e Robert Liebmann, fotógrafos como Karl Freund, Carl Hoffmann e Willy Hameister, arquitectos e desenhadores como Walter Röhrig e Robert Herlth. Com estes definiria uma linha artística coerente, apostando na qualidade das suas produções, de alto valor intelectual, que fariam do expressionismo a sua linguagem proeminente. Em 1921 a Decla-Bioscop foi tomada pela Universum Film Aktiengesellschaft (Ufa), a maior produtora alemã de então. Em 1923, Erich Pommer juntou-se ao Conselho Executivo da Ufa, dirigindo as produções da Decla-Bioscop, bem como dirigindo o instituto que superviosinava a política alemã de cinema. São desse período os maiores investimentos no cinema de Weimar, em filmes como “O Último dos Homens” (1924), “Variety” (1925), “Fausto” (1926), “Manon Lescaut” (1926) e “Metrópolis” (1927). A não renovação do seu contrato, bem como a ascensão do Nazismo em 1933 levaram-no partir para Paris. Depois disso Pommer trabalhou nos Estados Unidos, e Inglaterra, tendo regressado à Alemanha após a II Guerra Mundial.

Thea von Harbou (1888-1954)
Argumentista

Thea von HarbouThea Gabriele von Harbou, nasceu em Tauperlitz, numa família aristocrática, que lhe permitiu cultivar o gosto pela literatura, o que a levou a tornar-se uma consagrada autora de ficção e poesia. Foi uma actriz, escritora e realizadora, mas ficaria para a história como argumentista de alguns dos mais importantes filmes do cinema expressionista alemão, nalguns casos passados também a livro. No teatro conheceria o seu primeiro marido, Rudolf Klein-Rogge (o Dr. Mabuse de Fritz Lang), que a levaria posteriormente para o cinema. Contam-se entre os seus créditos, “Fantasma” de F. W. Murnau (1922), “Mikael” de Carl Theodor Dreyer (1924) e os todos os filmes do seu segundo marido, Fritz Lang, de 1920 a 1933, incluindo “A Morte Cansada” (1921), “Dr. Mabuse” (1922), “Os Nibelungos” (1924), “Metrópolis” (1927), “Spione” (1928), “M” (1931) e “Das Testament Des Dr. Mabuse” (1933). Para além dos argumentos, Thea von Harbou era parte importante no processo de produção, casting, e negociação com os produtores, sendo uma verdadeira força motriz do trabalho de Lang. Como argumentista, destacou-se pela sua capacidade de contar histórias, e pelas complexas teias que desenvolvia entre os seus personagens, mantendo o traço de pesquisa psicológica que caracterizava as obras do expressionismo alemão. A sua simpatia pelo Nazismo levou à separação de Lang, e Thea von Harbou passou à cadeira de realizadora, escrevendo também filmes de propaganda Nazi. Embora continuasse a trabalhar no cinema após a II Guerra Mundial, a sua ligação ao Nazismo nunca permitiu que a sua obra fosse tão apreciada como aquela do período de Weimar.

Carl Mayer (1894-1944))
Argumentista

Carl MayerNascido em Graz, na Áustria, Carl Mayer foi um dos argumentistas proeminentes do cinema expressionista alemão. Famoso pelo seu perfeccionismo, que o levava a ter dificuldades em libertar um argumento, para desespero de realizadores e produtores, Mayer celebrizou-se por ser o autor do argumento do influente “O Gabinete do Dr. Caligari” (1919). Foi também um dos responsáveis pelo chamado Kammerspiel (dramas de câmara), os quais se caracterizavam por compexos movimentos de câmara, como é exemplo “O Último dos Homens”, de Murnau, com quem Mayer trabalhou várias vezes, como por exemplo em “O Castelo Maldito” (1921), e “Tartufo” (1926). Carl Mayer, judeu, seguiu com Murnau para Hollywood para fugir ao Nazismo, trabalhando com ele em “Aurora” (1927). Após a morte de Murnau, Mayer trabalhou ainda em França e Inglaterra.

Hermann Warm (1889-1976)
Director artístico

Natural de Berlim, Hermann Warm foi uma figura importante do cinema expressionista alemão, para o qual contribuiu com a produção artística e desenho de cenários marcantes, famosos pela ausência de ângulos rectos, e pelo seu aspecto de banda desenhada como em “O Gabinete do Dr. Caligari” (1919) de Robert Wiene. Trabalhou ainda em “A Morte Cansada” de Fritz Lang (1921), “O Castelo Maldito” (1921) e “Fantasma” (1922) ambos de F. W. Murnau. Fora da Alemanha, Warm trabalhou com Carl Theodor Dreyer, em filmes como “A Paixão de Joana D’Arc” (1928) e “Vampiro” (1932).

Walter Röhrig (1897-1945)
Director artístico

Director artístico, nascido em Berlim, e frequentementre associado a Robert Herlth, Walter Röhrig foi uma das figuras chave na definição da linguagem visual do cinema expressionista alemão. Sendo um dos desenhadores em “O Gabinete do Dr. Caligari” de Robert Wiene (1919), Röhrig teve uma carreira prolífica, destacando-se os seus trabalhos em “Der Golem” de Carl Boese e Paul Wegener (1920), “A Morte Cansada” de Fritz Lang (1921), “Der Schatz” de G. W. Pabst (1923), e nos filmes de F. W. Murnau “O Último dos Homens” (1924), “Tartufo” (1925) e “Fausto” (1926).

Karl Freund (1890-1969)
Director de Fotografia

Karl FreundNascido na Boémia, actual República Checa, Karl Freund começou no mundo do cinema como projeccionista, passando posteriormente a operador de câmara em Berlim, e finalmente director de fotografia, na Ufa. Aí Freund trabalharia com jovens realizadores como Fritz Lang, Ernst Lubitsch e F. W. Murnau. O reconhecimento viria com os filmes da corrente expressionista como “Der Golem” (1920), de Carl Boese e Paul e “O Último dos Homens” (1924), de F. W. Murnau e sobretudo “Metrópolis” (1927) de Fritz Lang, que o tornou um vulto maior da cinematografia. Após tentar a cadeia de realizador por algumas vezes, foi em Hollywood, na Universal, como director de fotografia, que Freund se voltou a destacar, sobretudo no emergente cinema de terror da Universal, nalguns dos seus filmes maiores: “Drácula” (1931) de Tod Browning e “Os Crimes da Rue Morgue” (1932) de Robert Florey e “A Múmia” (1932), realizado pelo próprio Karl Freund. Nos anos seguintes Freund continuou a repartir a sua actividade entre realização e fotografia, em inúmeros filmes de variados géneros, e na televisão, na célebre série “I Love Lucy”. A sua influência, sobretudo no modo como iluminar uma cena, foi clara no cinema de Hollywood, a que trouxe uma técnica nova, que ajudou a cimentar o prestígio de géneros como os filmes de terror, nos anos 30 e o Film Noir (como “Key Largo” de John Huston, de 1941), nos anos 40 e 50.

Fritz Arno Wagner (1889-1958))
Director de Fotografia

Cinematógrafo alemão, figura proeminente no cinema expressionista da República de Weimar, que após estudar nos Estados Unidos, voltou à Alemanha para trabalhar na Decla-Bioscop. Aí trabalhou com Ernst Lubitsch, F. W. Murnau e Fritz Lang, e G. W. Pabst. Wagner ficou essencialmente célebre pela sua fotografia em “Nosferatu” (1922) de Murnau, para quem trabalhou também em “O Castelo Maldito” (1921). Com Lang, Wagner colaborou em “A Morte Cansada (1921), “Spione” (1928), “M” (1931) e “O Testamento de Dr. Mabuse” (1932). Após o advento do Nazismo, e com a partida daqueles realizadores, a carreira de Wagner entrou em declínio, tendo-se resignado a trabalhar em filmes de propaganda política.

Emil Jannings (1884-1950)
Actor

Emil JanningsNascido Theodor Emil Janenz, o actor alemão Emil Jannings fez a sua estreia profissional aos 18 anos, e em breve juntava-se à companhia de Max Reinhardt, em Berlim. Em 1914 Emil estreou-se no cinema, nomeadamente em dramas históricos e adaptações literárias, com uma carreira que o tornou reputado como o melhor actor do mundo. A sua carreira marcou também o cinema expressionista alemão, com papéis marcantes em “O Último dos Homens” (1924), “Tartufo” (1925) e “Fausto” (1926) de F. W. Murnau. A sua capacidade de se transfigurar em personagens diferentes, e a sua capacidade dramática trouxeram-lhe a fama. Tal levou-o a Hollywood onde recebeu o primeiro Oscar de melhor actor pelos filmes “A Tortura da Carne” de Victor Fleming (1927) e “A Última Ordem” (1928) de Josef von Sternberg. O advento do sonoro foi um golpe na sua carreira, devido ao seu forte sotaque alemão, tal fê-lo regressar a casa em 1929, tendo participado no famoso filme de Josef von Sternberg “O Anjo Azul (1930). tendo sido um apoiante do Nazismo para quem participou em filmes de propaganda. Emil Jannings foi condecorado por Goebbels, e feito presidente da sua companhia de cinema, Tobis. Com o fim da guerra Jannings, terminou a sua carreira.

Werner Krauss (1884-1959)
Actor

Werner KraussWerner Krauss começou a sua carreira no teatro, tendo trabalhado na companhia de Max Reinhardt. Estreou-se no cinema em 1916, impressionando pela sua presença e capacidade declamatória. O seu papel em “O Gabinete do Dr. Caligari” (1919) de Robert Wiene, tornou-o conhecido como figura de proa do cinema expressionista alemão, no qual interpretaria ainda filmes como “Tartufo” (1925) de F. W. Murnau, e “Das Wachsfigurenkabinett” (1924) de Paul Leni. Com a chegada do Nazismo, Werner Krauss passou a trabalhar em filmes de propaganda e homenageado por Joseph Goebbels, pela sua participação no filme anti-semita Jud Suess (1940).

Conrad Veidt (1893-1943)
Actor

Conrad VeidtConrad Veidt começou a sua carreira no teatro dirigido por Max Reinhardt, mas seria o cinema a dar-lhe fama internacionar, ao desempenhar de forma sublime e desconcertante os movimentos estilizados do sonâmbulo Cesare no filme de Robert Wiene “O Gabinete do Dr. Caligari” (1919), que marcaria o cinema expressionista alemão. Sempre no género fantástico, Veidt trabalharia em “Orlacs Hände” (1924) de Wiene, “Das Wachsfigurenkabinett” (1924) de Paul Leni e “O Estudante de Praga” (1926) de Henrik Galeen. A sua fama levá-lo-ia a Hollywood, onde se radicou definitivamente, com a sua mulher judia, após o advento do Nazismo na Alemanha. Em 1940 Conrad Veidt participava em “O Ladrão de Bagdad” de Michael Powell, e de seguida por duas vezes participaria em filmes de guerra, primeiro “Casablanca” (1942) de Michael Curtiz, e depois “Insuspeitos” (1943) de Richard Thorpe, após o qual morreria.

Lil Dagover (1887-1980)
Actriz

Lil DagoverActriz holandesa, nascida em Java, Lil Dagover cresceu em em Weimar, onde se tornou actriz. No cinema Lil Dagover cedo ganhou protagonismo, como a heroína trágica (fortemente maquilhada e de movimentos estilizados) do ambiente surrealista do filme “O Gabinete do Dr. Caligari” (1919) de Robert Wiene. Lil Dagover tornou-se não só uma actriz reconhecida em toda a Europa, como o principal rosto feminino do cinema expressionista alemão somando títulos como “Die Spinnen” (1919), “A Morte Cansada” (1921) e “Dr. Mabuse” (1922), todos de Fritz Lang, e “Fantasma” (1922), “Tartufo” e “Fausto” (1925), todos de F. W. Murnau. Em 1925 a actriz optou pelo teatro, trabalhando para Max Reinhardt, e em 1932 fez um filme em Hollywood, “The Woman From Monte Carlo” de Michael Curtiz, onde foi publicitada como a nova Greta Garbo. De regresso à Alemanha, Lil Dagover conseguiu evitar a propaganda Nazi, trabalhando em comédias e musicais durante a guerra, o que lhe valeu ver a sua carreira poupada após a vitória aliada, tendo trabalhado até aos anos 70.

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