Etiquetas
Com enorme atraso, chega ao fim o ciclo dedicado a Andrei Tarkovsky, que deveria ter sido terminado ainda em 2019.
Com apenas sete longas-metragens, Andrei Tarkovsky deixou-nos em 1986, vítima de um cancro, quando filmava já no estrangeiro (Itália e Suécia). Para trás ficava a sua carreira na União Soviética, feita de uma relação agridoce com as autoridades, por um lado agradadas pelos reconhecimento internacional trazido pelo autor ao cinema do país, por outro desagradadas por uma obra de temas pessoais e formas esotéricas, e em nada enquadrada na política de cinema temático para massas no esforço propagandístico da nação.
Com lutas contra as produtoras, dificuldades em impor as suas visões, e muitos atrasos e adiamentos de produções, Tarkovsky deixou uma obra sólida, num cinema que procura visões interiores, dá lugar ao sonho, à poesia, contemplação e memória, destacando a força dos planos, em detrimento de acção e narrativa convencionais. Esta obra continua a inspirar e influenciar o cinema contemporâneo, sendo muitos os autores actuais que – confessando-o por palavras, ou só no ecrã – têm Tarkovsky como influência maior.
Depois de Alfred Hitchcock, Woody Allen, Martin Scorsese, Ingmar Bergman, Federico Fellini, Rainer Werner Fassbinder e Andrei Tarkovsky, o próximo autor a merecer a análise integral n’A Janela será Robert Bresson.
Até lá, pode reler aqui a apresentação de Ricardo Gonçalves,
E consultar aqui todos os filmes analisados:
• 1962: Ivanovo detstvo/Ива́ново де́тство (A Infância de Ivan) [com Eduard Abalov]
• 1966: Andrey Rublev/Андрей Рублёв (Andrei Rublev)
• 1972: Solyaris/Солярис (Solaris)
• 1975: Zerkalo/Зеркало (O Espelho)
• 1979: Stalker/Сталкер (Stalker)
• 1983: Nostalghia (Nostalgia)
• 1986: Offret (O Sacrifício)
Parabéns pelo excelente trabalho!
Acabo de conhecer o site de vocês e estou surpreso com a qualidade do conteúdo. Tarkovsky, junto a Bresson, Bergman e Woody Allen, são meus diretores preferidos.
Estarei acompanhado as próximas análises.
Abraços!