
Faz hoje seis anos que A Janela Encantada surgiu na blogosfera portuguesa. Aquilo que era apenas um caderno de anotações pessoal onde eu pudesse catalogar o universo da Hammer Horror, veio para ficar, com ciclos após ciclos que tentam ser uma viagem anotada pelo mundo do cinema.
Tinha apenas iniciado a viagem, quando já lia sobre a morte dos blogues. Vi que chegava atrasado, untrendy como me prezo de ser em tudo. É verdade que a pujança da blogosfera não é a mesma, com as redes sociais (aliadas à cada vez maior preguiça humana de interagir crítica e pacientemente) a levarem a preferência das pessoas, e os novos blogues transformados em empresas que procuram conjugar visitas com publicidade e serviços.
Como um irredutível gaulês, A Janela Encantada mantém-se fiel aos seus propósitos, honrando a memória dos antigos blogues: é um projecto pessoal, sem fins lucrativos, cujos únicos anúncios são aqueles que o WordPress aqui decide colocar, por se utilizar um serviço gratuito. Baseia-se em opiniões do seu autor, e serve apenas como um repositório de textos sobre os filmes que vou vendo nesta viagem programada pelo cinema universal.
Já aqui foram publicadas 974 análises de filmes, reunidas em 39 ciclos, cada um acompanhado de vários textos de apoio, 10 dos quais com introduções de outros 9 autores/amigos da Janela. Juntam-se ainda colaborações de 25 pessoas na sugestão de ciclos, um conjunto de 60 listas exaustivas e, claro, as já 10 folhas de sala escritas a três para o projecto Universos Paralelos.
E como as viagens não se fazem a sós, ficam os agradecimentos aos companheiros de percurso, testemunho da quantidade de pessoas e oportunidades que eu não teria conhecido sem A Janela Encantada. Por ordem cronológica:
Em primeiro lugar ao Francisco Rocha, pela amizade, e pelo seu inesgotável My Two Thousand Movies, fonte de busca para este blogue, além de inspiração e incentivo para continuar.
Ao Carlos Reis, do blogue Cinema Notebook, que durante alguns anos teve a coragem de tentar unir a blogosfera cinéfila portuguesa, e que além de ter premiado a A Janela Encantada várias vezes, me permitiu conhecer pessoalmente várias pessoas com quem hoje tenho o prazer de conversar regularmente. Vocês sabem quem são!
Ao José Soares, mentor, director e alma da revista digital Take Cinema Magazine, por me ter convidado para esta experiência, abrindo portas a um lado «mais profissional» do acompanhamento do cinema em Portugal. Abraço extensivo a toda a equipa, em particular ao João Paulo Costa (anterior editor) e à Sara Galvão (actual editora), por me aturarem.
Ao António Araújo e ao Tomás Agostinho pela experiência diferente que está a ser o Universos Paralelos, inserido no podcast do António, Segundo Take, pelas horas infindáveis de conversa e de planos de conquista de universos.
E finalmente, a todos os que vão lendo, comentando, criticando, dando ideias, feito perguntas e mostrando apoio de uma ou de outra forma. Não digo que este blogue é para vocês (não é, é só para mim, hehehe), mas que a vossa presença é um incentivo, disso não haja dúvidas.
E são seis aninhos, o que em vida de blogues dá o quê? 60? Daí algum reumatismo, que fez de 2018 o ano com mais soluços na calendarização. Mas mesmo mais devagarinho, o projecto continua. Espero que continuem por aí, e que vamos conversando entre filmes, pois há ainda muito a dizer e muito cinema a descobrir.