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Denis Villeneuve
por Cátia Alexandre
autora do blogue May The Cinema Be With You
colaboradora da revista Take Cinema Magazine
Quando pensamos em Denis Villeneuve admitimos sem qualquer dúvida estar perante um dos realizadores contemporâneos mais interessantes a trabalhar nos dias de hoje em Hollywood, cuja filmografia prima não só pela qualidade visual e técnica, como por uma vertente inteligente e intelectual que é inerente em todas as suas obras, onde o estilo se mistura com a substância, com valores equivalentes entre os ambos.
Nasceu em 1967, no Canada, onde inicialmente começou a estudar ciências, algo que abandonou mais tarde para se dedicar à paixão pelo cinema. Tendo ganho em 1990-1991, o prémio La Course Europe-Asie, para jovens realizadores, foi apenas em 2010 que saltou para as luzes da ribalta, depois de ter sido nomeado para um Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
Tenho sempre tendência a exagerar nos adjectivos quando gosto mesmo muito do trabalho de um realizador, e o receio de me tornar exagerada ou pretensiosa aparece sempre que falo de Villeneuve e dos seus filmes, realizador que rapidamente me fascinou desde o primeiro trabalho que dele vi. Acredito que ele é tudo aquilo que a minha geração pretende viver numa sala de cinema, alimentando o entusiasmo de aguardar pela estreia do seu próximo filme. Toda a sua obra vive da maneira como as ideias são representadas, pela beleza dos planos, das cores e dos sets, e na forma vulnerável e honesta como se apresentam os personagens das suas histórias. É na delicadeza das imagens e dos gestos, é nas palavras que por mais complexas que sejam, que estão os sentimentos que de alguma forma nos tocam.
A temática dos seus filmes gira em torno de personagens a viver algum momento de tragédia ou situação traumática, explorando inquietudes, descortinando vulnerabilidades, complexidades e os lugares mais obscuros da mente humana. Villeneuve tem a capacidade de ir envolvendo a audiência, entregando aos poucos as peças do puzzle.
Muito poderão achar exagerado colocar Denis Villeneuve no mesmo patamar de Kubrick ou Scorsese, mas a verdade é que ele consegue deixar me a cada obra sua mais apaixonada pelo seu trabalho e pela genialidade com que consegue transmitir sentimentos e emoções através da lente de uma câmara.
Filmes recomendados:
• “Incendies – A Mulher que Canta” (Incendies, 2010)
• “Raptadas” (Prisoners, 2013)
• “O Homem Duplicado” (Enemy, 2014)
• “Sicário – Infiltrado” (Sicario, 2015)
• “O Primeiro Encontro” (Arrival, 2016)
• “Blade Runner 2049” (2017)