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Cinema, Sergio Corbucci, Sergio Leone, Sergio Sollima, Western, Western Spaghetti
Se é verdade que nem de só dos três Sergios (Leone, Corbucci e Sollima) se fez o chamado «western spaghetti», é também verdade que a prova do tempo os deixou como os vencedores, aqueles que hoje mais frequentemente se apontam como os autores definitivos daquele género que atravessou os anos 60 e entrou nos 70 do século passado.
Embora aqui tenhamos olhado apenas para doze filmes, foram várias centenas aqueles que, com produção italiana, muitas vezes em colaborações com outros países europeus (RFA, França e Espanha, geralmente), envolvendo actores destes países ou dos Estados Unidos, viram a luz do dia, enchendo alguns mercados, e cativando um enorme público, ávido de aventuras sujas de uma mística de western mais virada para os tiroteios, as imprevisibilidades de carácter e os anti-heróis sem objectivos ulteriores.
Mais ou menos sérios, com maiores ou menores cuidados de produção, alguns desses filmes tornaram-se filmes de culto, e alguns dos seus heróis (Django, Sartana, Sabata, Trinitá, por exemplo) tornaram-se verdadeiros mitos do cinema. Com a sua proficuidade e constância estética, o western spaghetti marcaria mesmo uma geração, a qual parece agora querer homenagear as suas influências. É exemplo a carreira mais recente de Quentin Tarantino, com “Django Libertado” (Django Unchained, 2012) e “Os Oito Odiados” (The Hateful Eight, 2015).
Mas ainda mais importante que (re)descobrir estas influências em sucessos recentes, é (re)descobrir um mundo diferente, onde estética, moral e comportamentos eram definidos de um modo único e marcante, gerando algumas obras incontornáveis do cinema universal, e trazendo-lhe incontáveis espectadores que ainda hoje olham esses tempos com uma ímpar nostalgia.
Para finalizar, fica o acradecimento a Pedro Pereira pelo texto de lançamento deste ciclo, e a Emanuel Neto, pelos inúmeros comentários que ajudam a situar cada filme. Ambos mantêm viva a chama do spaghetti no seu riquíssimo blogue Por um Punhado de Euros“, uma verdadeira bíblia spaghetti em português, e cuja visita se recomenda vivamente.
Foi realmente um prazer ler todas estas resenhas e participar neste ciclo. Espero ter contribuído para um maior esclarecimento deste género cinematográfico.
Eu faço questão e gosto de escrever comentários nos blogues, ao contrário de muitas outras pessoas que praticamente abandonaram a blogosfera e dedicam-se somente às redes sociais, muitas vezes até em detrimento do próprio blogue.
Bem sei que sou uma espécie em vias de extinção mas espero que “A Janela Encantada” continue o excelente trabalho em prol do cinema.
Um abraço!
Emanuel, eu é que agradeço. Os teus comentários são sempre um valor acrescentado. E tens razão no que dizes, perdeu-se o hábito de deixar feedback nos blogues. Sou também culpado disso. Vou tentar redimir-me.