
Apresentação
Nome: Cineclube de Aurélio da Paz dos Reis
Localização: Casa do Professor, Avenida Central, 106-110, Braga
Blogue: http://www.aureliodapazdosreis.org/
Facebook: https://www.facebook.com/cineclubebraga
Email: cineclube@aureliopazdosreis.org

Uma apresentação no Cineclube Aurélio da Paz dos Reis
Entrevista
Entrevista a Miguel Ramos, responsável pela programação
Setembro de 2016
Há quanto tempo existe o Cineclube Aurélio da Paz dos Reis, e como é a sua quotização?
Existe desde 2011. Apesar de termos Associação formal aberta, e termos a possibilidade de ter sócios, decidimos não abrir inscrições por sentirmos que não temos estrutura para tal.
Quantas sessões tem por mês?
Inicialmente tínhamos duas sessões por mês, com alguns momento de pico, onde acolhíamos propostas externas. A partir de Janeiro de 2016, por falta de condições logísticas, não temos programação regular, mas sim pontual.
Que critérios presidem à vossa programação, e que áreas se procuram cobrir?
A programação de cinema independente, principalmente cinema português, tem sido o nosso grande foco programático. Nos últimos dois anos de programação regular, estávamos em dialogo programático com o espaço que nos acolhia (Casa do Professor), de modo a conciliarmos agendas temáticas.
Como é a adesão da população em geral?
Temos um público pouco heterogéneo. Um público bastante cinéfilo que procura na nossa programação aquilo que não encontrava noutros espaço da cidade. E como temos uma folha de sala densa por cada sessão, bem como apresentação do filme, esse público que procura o Cineclube, é tendencialmente académico. Pelo contrário, nas nossas sessões ao ar livre, com o «A gosto de Verão», temos um público vastíssimo.
Que outras actividades e iniciativas do cineclube gostaria de destacar?
Temos colaborado regularmente com as edições da Confederação, um colectivo de investigação teatral, sediado no Porto, e que faz imenso trabalho por Braga. Eles editam bastante, e como alguns dos temas nos são próximos, acabamos por colaborar nas mesmas, financeiramente, e apoiando a vinda dos ciclos de cinema e lançamento das edições em Braga.
Com que apoios contam a nível local, e que outros gostariam de ter?
Neste momento o apoio é essencialmente camarário, não estando esse apoio afecto à programação regular, mas sim a alguns projectos de investigação e recuperação de imagens em movimento sobre Braga, bem como alguns projectos programáticos pontuais.
Estão satisfeitos com as instalações, e material técnico ou pensam que poderiam ter melhores condições?
Nada satisfeitos. Lutamos para que melhore. É um caminho a percorrer.
Qual a facilidade ou dificuldade com que obtêm os filmes desejados?
Como trabalhamos com muito filmes fora de um sistema comercial/industrial, a forma de obter as copias é a partir de um contacto directo com realizadores e produtores. A projecção é digital, em variadíssimos formatos. Não estamos usar formatos analógicos, por impossibilidade da sala.
Finalmente, na era da internet, qual a importância que vê actualmente na existência dos cineclubes?
O Homem é um ser social, e tem necessidade do encontro com o outro. Qual a necessidade de se ir ver um jogo ao estádio, quando o podemos ver na TV? Quem vai, vai pelo encontro e não pela qualidade de visionamento. Portanto, enquanto existir a necessidade do encontro, os clubes, sejam de cinema, de futebol, de bilhar, de caricas… são fundamentais. No caso do cinema, enquanto uma arte técnica, exige condições técnicas exímias para esse encontro. Isto falando na relação clássica espectador/tela e sala com os respectivos colegas de visionamento do escuro. Considero o contrário… presentemente o Homem começa a ter saudades do Homem, e daí os teatros por exemplo estarem a aumentar o número de espectadores. Nos caso dos cineclubes, é fácil o acesso a filmes e formatos, mas como a aparente facilidade de projectar um filme, faz com que se assista a projecções miseráveis, sem qualquer tipo de cuidado, com ficheiros fraquíssimos, etc. etc. Bom… depois de Pollock, ficamos com a sensação que todos sabemos pintar sem qualquer labor, depois do Duchamp qualquer um de nós pode expor qualquer coisa. Na verdade assim é. Viva a pluralidade, que de entre outras coisas a internet nos dá, mas polvo será sempre polvo. Uma pota será sempre remetida para segundo plano, por muito parecida que seja.

Sessão ao ar livre, no Auditório da Ponte
A Janela Encantada agradece a colaboração de Miguel Ramos, e do Cineclube Aurélio da Paz dos Reis, recomendando a quem puder que participe nas suas sessões, e apoie os cineclubes locais.