
No início da década de 1950, Hollywood apostava nas super-produções e cristalização de géneros clássicos, para tentar fazer face às adversidades surgidas com a perda dos monopólios de distribuição e exibição, e com o advento da televisão. Mas quase que sem autorização surgia um outro tipo de cinema, estranho, de poucos meios, baseado na lógica de palco, de espaços concisos, acção discreta, e um enorme peso psicológico nos confrontos de palavras e ideias dos seus personagens principais.
Era toda uma geração, que começara como directores de palco na Broadway e chegava à realização, que entrara em Hollywood para escrever e passara a realizar filmes, ou que tinha experiência de actores de palco antes de tentarem o cinema. Era a geração de John Huston, Elia Kazan, Joseph Losey, Joseph L. Mankiewicz, Daniel Mann, Mike Nichols, Nicholas Ray e Richard Brooks.
Com eles traziam o gosto pelas peças contemporâneas de Paddy Chayefsky, William Inge, Arthur Miller, Eugene O’Neill, Clifford Oddets e Tennessee Williams, entre outros dramaturgos famosos no seu tempo, alguns dos quais serviram mesmo de argumentistas no cinema.
O quadro completava-se com a criação do Actors Studio, que trazia uma forma de interpretar mais adequada aos novos temas e filmes, e de onde sairiam estrelas como Marlon Brando, Montgomery Clift, James Dean, Steve McQueen, Marilyn Monroe, Paul Newman e Jack Nicholson, entre outros.
É esse cinema, que originou obras fundamentais nas décadas de 1950 e 1960, de temas realistas e provocantes, conflitos psicológicos, desafios de natureza sexual, geracional e social, que se abordará neste ciclo.
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