Etiquetas
Brooks Benedict, Burlesco, Cinema, Comédia, Comédia Muda, Filme sobre desporto, Fred C. Newmeyer, Harold Lloyd, James Anderson, Jobyna Ralston, Sam Taylor
Sinopse:
Harold Lamb (Harold Lloyd) é um jovem que sonha com a entrada na Universidade, e a a popularidade que vê atribuída ao herói desportivo do ano anterior, Chet Trask (James Anderson). Baseando-se num filme que vê no cinema, Harold imita gestos e comportamentos do que pensa ser o mais socialmente aceite na Universidade. À sua chegada é imediatamente identificado pelo seu provincianismo e inocência, sendo objecto de várias partidas. Quando tudo corre mal na sua luta pela popularidade, resta-lhe apenas ser herói na equipa de futebol, onde, sem que o saiba, Harold é apenas aceite como garrafa de água.
Análise:
“O Caloiro” foi a segunda longa-metragem da recentemente formada Harold Lloyd Corporation, com que Harold Lloyd pôs fim a uma longa colaboração com o autor e produtor Hal Roach, que o tinha projectado como estrela de cinema.
Continuando na papel do jovem rapaz de óculos redondos, pleno de optimismo e bondade, Harold Lloyd constrói o seu humor à custa da inocência do seu personagem (Harold Lamb, ou como o próprio se intitula: Speedy), que facilmente é enganado, e nunca percebe bem o quanto todos zombam das suas atitudes e maneira de ser.
Sendo um estranho numa terra estranha, Harold tenta em vão cativar a admiração de todos inspirado pelo que viu num filme, captando apenas a de Peggy (Jobyna Ralston) a única pessoa honesta o suficiente para lhe dizer que deve ser quem é e não o que esperam dele.
Com um humor que faz uso dos intertítulos (são vários aqueles escritos de modo sarcástico e satírico), Harold vai aos poucos caindo em sucessivas partidas, dando azo ao seu humor físico (geralmente com consequências dolorosas), até à sequência mais brilhante do filme, uma festa, em que o seu fato é um poço de armadilhas de consequências hilariantes a um ritmo alucinante.
O filme pode ainda ser visto como o protótipo de todas as comédias envolvendo a inaptidão do protagonista para a prática de um desporto. Note-se como todos os passos desse tipo de enredo, tantas vezes imitados no cinema (sobretudo onde o público alvo é o juvenil), estão já delineados em “O Caloiro”, o que fazem dele um clássico da comédia.
“O Caloiro” é um dos mais conhecidos filmes da carreira de Harold Lloyd, tendo sido o mais rentável dos seus filmes nos anos 1920. O filme foi reeditado posteriormente por Lloyd em várias versões, e algumas das suas cenas reusadas em compilações.
Produção:
Título original: The Freshman; Produção: The Harold Lloyd Corporation; País: EUA; Ano: 1925; Duração: 75 minutos; Distribuição: Pathé Exchange Inc.; Estreia: 20 de Setembro de 1925 (EUA), 18 de Março de 1929 (Portugal).
Equipa técnica:
Realização: Sam Taylor, Fred C. Newmeyer; Produção: Harold Lloyd; Argumento: Sam Taylor, Ted Wilde, John Grey, Tim Whelan; Fotografia: Walter Lundin; Montagem: Allen McNeil; Direcção Artística: Liell K. Vedder; Caracterização: Wallace Howe [não creditado].
Elenco:
Harold Lloyd (Harold Lamb – Speedy), Jobyna Ralston (Peggy), Brooks Benedict (O Rufia), James Anderson (O Herói), Hazel Keener (A Beldade), Joseph Harrington (O Alfaiate), Pat Harmon (O Treinador), May Wallace (Mãe de Harold [não creditada].