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Cry of the BansheeSinopse:

Na Inglaterra do século XVI, Lord Edward Whitman (Vincent Price) é um magistrado ostenta o seu poder tirânico em sádicos julgamentos de bruxaria, na qual o próprio nem sequer acredita. A sua crueldade é tal que leva à loucura da esposa Patricia (Essy Persson), ela própria atormentada pelo enteado, Sean Whitman (Stephan Chase). De caso em caso Sean e Edward chegam à atenção de Oona (Elisabeth Bergner), a líder da velha religião da aldeia. Esta vai lançar uma maldição sobre os Whitman, na forma de Roderick (Patrick Mower), um misterioso empregado dos Whitman, e namorado secreto da filha de Edward, Maureen (Hilary Dwyer).

Análise:

Continuando a filmar em Inglaterra com Vincent Price, a AIP entregava pela terceira vez um projecto a Gordon Hessler. Abandonado ficava o contexto contemporâneo do anterior de “Scream and Scream Again” para o regresso ao filme de época, com associações a Edgar Allan Poe. De facto, embora o nome de Poe seja citado no genérico inicial, nada no filme tem a ver com o autor gótico norte-americano. O filme é sim, um aproveitamento dos bons resultados obtidos com “Witchfinder General” (1968) de Michael Reeves, com a caça às bruxas mais uma vez em destaque.

Com argumento começado por Tim Kelly, Gordon Hessler não terá gostado do resultado, e tal como no anterior “Scream and Scream Again” chamou Christopher Wicking para a versão final. Tal resultou num enorme conjunto de ideias que faz dele um filme de temas híbridos e nem sempre bem desenvolvidos. De volta como actriz principal estava também Hillary Dwyer, aqui no seu terceiro filme com Vincent Price.

De novo filmado num misto de cenários naturais e estúdio, “Cry of the Banshee” (que não faz uso da presença de nenhuma banshee – demónios femininos da mitologia irlandesa), é a história de um déspota local que se diverte a perseguir e torturar bruxas. Este é Lord Edward Whitman, isto é, Vincent Price, um pouco à imagem do seu personagem em “A Máscara da Morte Vermelha” (The Masque of the Read Death, 1964) de Roger Corman. Da sua mansão Lord Whitman dita a lei, semeia o terror, e diverte-se à custa dos seus súbditos. Tal fará, ao incorrer na fúria Oona (Elisabeth Bergner) a chefe pagã local, lançar sobre os Whitman uma terrível maldição.

De um momento para o outro deixamos o domínio da caça às bruxas para passarmos para o das maldições, ao jeito da série Corman-Poe. Esta maldição, que invocada à distância por Oona tem um aspecto de voodoo, acabando por ser executada por alguém que, ao ser possuído à distância, se transforma numa espécie de lobisomem. As ideias são muitas, e tal, embora faça o deleite dos fãs (Quentin Tarantino e Rob Zombie assumidamente entre eles), acaba por salientar os defeitos do argumento.

Sendo uma história de bruxaria, vinganças e maldições, e mantendo alguns dos clichès (a mansão de estilo medieval, o protagonista atormentado, os excessos que fazem precipitar a tragédia), o filme não os usa de modo convencional, passando o terrível Lord Whitman de vilão a vítima, e não se dando a habitual salvação ao par inocente (Hilary Dwyer e Carl Rigg).

Com uma realização que faz uso de planos fechados em torno dos protagonistas e planos móveis e nervosos, está-se longe da elegância dos filmes da série Corman-Poe. Bem ao estilo dos anteriores filmes ingleses de Hessler, a fotografia Jean Coquillon realça uma certa crueza. O uso bem medido da tensão, juntamente com algumas boas interpretações, salvam um argumento algo confuso. Outra característica da época é o destacado uso da nudez feminina, bem como a proliferação de jorros de sangue bem vermelho.

Os créditos iniciais do filme são desenhados por Terry Gilliam, no jeito inconfundível que então usava nos Monty Python.

Produção:

Título original: Cry of the Banshee; Produção: American International Productions; Produtores Executivos: Samuel Z. Arkoff, James H. Nicholson, Gordon Hessler; País: Reino Unido; Ano: 1970; Duração: 91 minutos; Distribuição: American International Pictures (AIP) (EUA); Estreia: 22 de Julho de 1970 (EUA).

Equipa técnica:

Realização: Gordon Hessler; Produção: Louis M. Heyward; Argumento: Tim Kelly, Christopher Wicking [a partir de uma história de Tim Kelly]; Música: Wilfred Josephs; Direcção de Orquestra: Philip Martell; Fotografia: John Coquillon; Design de Produção e Direcção Artística: George Provis; Montagem: Oswald Hafenrichter; Produtor Associado: Clifford Parkes; Caracterização: Tom Smith, Betty Blattner; Figurinos: Dora Lloyd; Cenários: Scott Slimon.

Elenco:

Vincent Price (Lord Edward Whitman), Essy Persson (Lady Patricia Whitman), Hugh Griffith (Mickey), Patrick Mower (Roderick), Hilary Heath [como Hilary Dwyer] (Maureen Whitman), Carl Rigg (Harry Whitman), Stephan Chase (Sean Whitman), Marshall Jones (Padre Tom), Andrew McCulloch (Bully Boy), Michael Elphick (Burke), Victoria Fairbrother [como Pamela Farbrother] (Margaret Donald, Bruxa), Quinn O’Hara (Maggie, Bruxa), Jan Rossini (Bess), Sally Geeson (Sarah), Robert Hutton (Convidado), Godfrey James (Chefe aldeão), Gertan Klauber (Taverneiro), Peter Benson (Marcador), Guy Deghy (Convidado), Richard Everett (Timothy), Louis Selwyn (Aprendiz), Mickey Baker (Cavaleiro), Ann Barrass (Elga), Jane Deady (Rapariga nua), Carol Desmond (Rapariga), Joyce Mandre (Convidada), Pamela Moiseiwitsch (Criada), Elisabeth Bergner (Oona).

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